| 13/02/2008 13h04min
Uma ponte de quase 400 metros de extensão ligando o Brasil a um pedaço da França, em plena floresta amazônica. Assim pode ser descrita a obra de cerca de R$ 38,6 milhões, cuja pedra fundamental foi lançada na terça-feira pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, da França.
Segundo a declaração conjunta assinada pelos dois governantes, a ponte sobre o Rio Oiapoque, ligando a margem brasileira à cidade de São Jorge do Oiapoque (Saint-George de L´Oyapock), na Guiana Francesa — um departamento ultramarino da França — visa a favorecer o conhecimento mútuo entre os dois países.
Além da ponte, a proposta conjunta é construir e melhorar as estradas que ligam as capitais Macapá e Caiena, trazendo múltiplos benefícios para o desenvolvimento econômico e social da região, conforme prevê a declaração conjunta, divulgada à imprensa durante o encontro de ontem entre Lula e Sarkozy.
Hoje, a travessia de pessoas e o transporte de mercadorias
são feitos por barcos, principal via
de transporte em toda a Região Norte, ou por avião. Lula reconheceu a importância da ponte e afirmou que conhece projetos de mais de uma década para a realização da obra.
— Eu ouço falar desta ponte há mais de dez anos. Já houve encontros e mais encontros e, talvez, o dinheiro que se gastou na reunião de técnicos franceses com brasileiros, de passagens (aéreas), talvez esse dinheiro desse para fazer a ponte — disse Lula.
Afirmando que desta vez os prazos anunciados serão cumpridos, Lula garantiu que a ponte será inaugurada em 2010 e assegurou que Sarkozy demonstrou a mesma disposição.
— O que eu gostei do Sarkozy é que ele disse que quer começar a ponte este ano, porque ele acha inadmissível a França ter vontade de fazer uma ponte e ela demorar oito anos (para sair do papel) — disse Lula.
Uma comissão intergovernamental criada em julho de 2005, quando foi assinado o acordo bilateral para a construção da ponte, deve se reunir
ainda neste primeiro semestre, em Brasília, para
validar os trabalhos técnicos e dar início ao processo licitatório internacional que irá selecionar a empresa responsável pela obra.
Também será definido como se dará a divisão dos custos. A intenção é de que os gastos sejam divididos igualmente entre Brasil e França, mas levando em conta as implicações fiscais e a necessidade de evitar que a França termine onerada por tributos nacionais.