| 12/02/2008 09h23min
O coordenador-técnico de natação da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Ricardo Moura, voltou de Pequim impressionado com o Cubo d’Água após a participação nacional no evento-teste de natação para os Jogos Olímpicos. Moura, que também integra o conselho técnico da Federação Internacional de Natação (FINA), fará um relatório de avaliação para a entidade e, apesar de ter aprovado as instalações, fez algumas ressalvas e apresentará sugestões para melhorias.
– Tudo foi feito com as mais altas tecnologias. A acústica e a luminosidade também são muito boas – destaca.
Totalmente climatizado, o Cubo d’Água contará ainda com um sistema de vaporização automática.
– Pequim tem um clima muito seco. Quando estávamos lá (há uma semana) a umidade era de 20%. Com a vaporização, chegava a 32% – comenta Moura.
Outro detalhe que foi elogiado pelo coordenador-técnico é a proximidade do Cubo d’Água da Vila Olímpica. Para Moura, isso ajuda bastante durante as competições, já que não se leva mais de 10 minutos no deslocamento.
Problemas encontrados
Em seu relatório, Moura vai apresentar também os pontos falhos da construção. Em conversa com o diretor do Cubo, Yuan Hqoran, que será responsável pelos esportes aquáticos durante os Jogos, o brasileiro já encontrou algumas soluções. Mas outras dificuldades parecem ser tecnicamente insolúveis.
Durante o evento-teste, ficou constatada a inexistência de comunicação entre a piscina de aquecimento e a de competição. Desta maneira, como avalia Moura, os atletas não conseguem acompanhar os resultados. Sobre isso, Hqoran garante que será montado um scoreboar (placar) no aquecimento.
A limitação física de espaço na arquibancada destinada aos competidores chamou atenção do coordenador-técnico, mas, de acordo com o dirigente chinês, durante os Jogos haverá uma arquibancada extra para mil pessoas.
Moura também solicitou à organização a determinação de uma área exclusiva, hoje inexistente, para que os médicos façam o trabalho de coleta para o exame de lactose. Todos estes pontos devem ser resolvidos até agosto, mas outras têm solução mais complicada.
Segundo o brasileiro, as equipes que fazem a coleta de imagens biomecânicas para as delegações enfrentarão problemas pela localização da área destinada para isso.
– Provavelmente, será necessário comprar ingresso para o setor VIP (onde a imagem seria melhor) – explica Moura.
O coordenador também acha que o tamanho dos banheiros é pequeno em relação ao tamanho do Complexo. Além disso, ele acredita que os jornalistas que forem acompanhar o evento também deverão encontrar dificuldades.
– A zona mista da piscina (para televisões) é pequena, tem 17m, e a da imprensa escrita é menor. O caminho que os atletas terão de percorrer depois de sair da piscina é o mais longo que vi em cinco olimpíadas e vai demorar muito para atender a imprensa – avisa o dirigente, comparando a situação à enfrentada pela imprensa nos Jogos Pan-americanos.
– Aquilo não foi nada! Será um "se vira nos 30".
GAZETA PRESS