| 25/01/2008 13h39min
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje no Fórum Econômico Mundial de Davos que o final da Rodada do Desenvolvimento de Doha pode ser o melhor remédio para a crise financeira mundial.
— Quando alguém tem febre, às vezes é mais difícil tomar um remédio, mas é quando é preciso tomá-lo para poder tirar a dor de garganta. É especialmente nesse momento que é preciso tomá-lo — disse Amorim.
— Terminar a Rodada de Doha é a melhor medicina para a economia — acrescentou Amorim em entrevista coletiva, dentro do Fórum Econômico Mundial de Davos, que termina no domingo. Pouco antes, o chanceler brasileiro tinha se reunido com o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, e com a representante comercial dos Estados Unidos, Susan Schwab. Amorim disse que os dois garantiram que estão comprometidos em terminar a rodada, que está há mais de seis anos sendo negociada.
— Portanto, se todos estão de acordo em que o importante é
chegar, o que temos que fazer é
terminá-la, liberalizar o comércio e acabar com os subsídios, esse é o melhor remédio — reiterou.
Questionado sobre a possibilidade que, por causa da atual crise financeira e econômica mundial, aumentem as vozes protecionistas no mundo, o que iria contra a conclusão da Rodada de Doha, Amorim disse que isso seria muito negativo. Amorim também se reunirá hoje com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, cuja entidade promove as negociações da rodada.
No entanto, o chanceler brasileiro especificou que "Davos não é um lugar de negociação e que, nas conversas e encontros, os responsáveis de Comércio só se destinarão a trocar pontos de vista. A respeito das negociações, Amorim se limitou a dizer que está à espera do novo documento sobre a área agrícola que será lançado nas próximas semanas, e que deseja que seja "suficientemente equilibrado" com o documento do setor industrial.