| 10/01/2008 02h01min
Antecipando-se a provável falta de espaço para o armazenamento da safra de arroz que será colhida a partir de fevereiro, o governo estadual quer o escoamento do grão de safras passadas em oito das 23 unidades da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa).
O problema pode afetar 4 mil produtores. Ontem, num encontro com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o secretário João Carlos Machado, pediu o deslocamento de 115 mil toneladas das 294 mil toneladas estocadas. Há duas opções:o remanejamento ou leilões.
- Precisamos resolver isso antes do início da colheita para não prejudicar os produtores - alertou Machado.
De acordo com a secretaria, 90% dos grãos em questão pertencem aos estoques públicos federais. Em Camaquã, Cachoeira do Sul e Bagé, na prática, as unidades estão lotadas. A impossibilidade de misturar safras e arroz com rendimento diferenciado impede que o preenchimento da capacidade total neste locais.
O
superintendente regional da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab/RS), Carlos Manoel Farias, diz que, por enquanto, não há sinal de verba:
- Nem existe ainda orçamento para 2008.
As possibilidades e os mecanismos de venda da nova safra serão discutidas na reunião da Câmara Setorial do Arroz, dia 16, em Porto Alegre.
As indústrias, favoráveis aos leilões, alegam que sofrem com a escassez do grão e que a partir do fim do mês haverá problema de abastecimento. Os produtores não querem operações neste momento, argumentando que ainda têm produto para vender. A Conab avalia que a realização de leilões não está descartada.