| 08/01/2008 09h24min
O resultado do quarto levantamento da safra de grãos 2007/08, realizado pela Conab mostra crescimento de 3,1% na produção brasileira em relação ao ciclo anterior, estimada agora em 135,8 milhões de toneladas. O número foi divulgado nesta terça, dia 8, pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes. A colheita atual segue como a maior da história.
Quando comparado à pesquisa do mês passado, o número é também 0,8% maior (1 milhão toneladas). Isso se deve a boa produtividade e ao ajuste da área de plantio do milho (1ª e 2ª safras). Os preços remuneradores no mercado têm estimulado os produtores a optar por esta cultura. A manutenção desse quadro, entretanto, depende do comportamento do clima nas próximas semanas, já que as lavouras se encontram atualmente nas fases de floração e frutificação.
A soja mantém a liderança entre os grãos (58,2 milhões toneladas), seguida do milho total (53,4 milhões toneladas) e do arroz (11,9 milhões toneladas). Por outro lado, o feijão 1ª safra apresenta queda de 2,4% em relação ao mês passado e deve ficar em 1,49 milhão toneladas. O motivo da redução está nas baixas precipitações pluviométricas, seguidas de estiagem prolongadas entre agosto e setembro nas principais regiões produtoras.
O levantamento foi realizado entre os dias 11 e 18 de dezembro, junto a representantes de cooperativas, órgãos públicos e privados, agentes financeiros e produtores dos estados do Centro-Sul, Piauí, Maranhão, Rondônia, Tocantins e Bahia.
Área
A plantação total ocupa uma área de 46,4 milhões de hectares, 0,3% maior que a do período anterior. O destaque é a soja, com 1,2% a mais (de 20,69 para 20,93 milhões ha). Essa realidade reflete o retorno do plantio da oleaginosa em áreas que deixaram de ser cultivadas na safra 2006/07. Há também expansão de 1,6% nas áreas de milho 1ª safra (de 9,49 para 9,65 milhões ha) e de 4,8% no algodão (de 1,10 para 1,15 milhão ha).
Em 2008, produção de café em grão pode atingir 2,5 milhões de toneladas
O primeiro prognóstico para a área de café em grão a ser colhida em 2008 revela uma produção de 2.511.489 toneladas, o equivalente a 41,8 milhões de sacas de 60 kg do produto em grãos beneficiados. A previsão de um acréscimo de 16,3% frente à safra colhida em 2007 é conseqüência do ciclo bianual da espécie predominante (arábica) com alternância de altas e baixas produtividades, típicas do produto.
Apesar das chuvas de julho, as condições climáticas desfavoráveis em quase todo o ano de 2007 podem limitar a próxima safra. A falta de chuvas no segundo semestre impediu resultados mais expressivos. A possível ocorrência de veranicos, comum nos primeiros meses do ano, é ainda outro fator de risco para a cultura.
O rendimento médio nacional em 2008 está previsto inicialmente para 1.142 kg /ha (19 sc/ha). A área total ocupada pela cultura está estimada em 2.405.517 ha, enquanto a área a ser colhida está estimada em 2.198.758 ha. Nesta primeira avaliação foram considerados, por ordem decrescente de participação no total produzido pelo país, os Estados de Minas Gerais (51,1%), Espírito Santo (23,9%), Bahia (6,6%), São Paulo (6,3%), Paraná (5,6%) e Rondônia (3,9%).
Já os Estados incluídos na pesquisa no grupo “outros” (Acre, Pará, Ceará, Pernambuco, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal) responderam, em conjunto, por 1,9% da produção nacional prevista, enquanto o Rio de Janeiro representou 0,6% e o Mato Grosso do Sul apenas 0,1%.
Cana-de-açúcar
A estimativa para a cana-de-açúcar soma 558,0 milhões de toneladas, 8,3% superior à produção obtida em 2007 (515,3 milhões de toneladas). A área colhida também registra ampliação de 6,4% frente ao ano passado, quando foram colhidos 6,7 milhões de hectares. Já a produtividade estimada em 2008 (76.608 kg /ha) está próxima à de 2007 (76.845 kg /ha). A ampliação da cultura da cana revela o interesse, principalmente, no etanol e no álcool.
Algodão em caroço
Em 2008 a produção esperada de algodão herbáceo em caroço é de 4,0 milhões de toneladas, 6,4% superior à alcançada em 2007 (3,8 milhões de toneladas). Este crescimento se deve à ampliação da área e da produtividade na Bahia (13,5% na área e 5,0% na produtividade esperada) e em Mato Grosso, maior produtor, que participa com 52% da produção nacional (3,9% na área e 1,5% na produtividade esperada). O acréscimo se deve à manutenção dos preços nos mercados interno e externo. No Mato Grosso a maioria dos produtores, em condomínios, coloca a produção diretamente no mercado externo por meio de contratos futuros, o que gera melhores resultados.
Arroz (em casca)
A avaliação do arroz em casca para 2008 indica uma produção de 12,0 milhões de toneladas, 7,8% maior que a colhida em 2007. O resultado positivo se deve a uma expansão de 12,1% na produção esperada e de 12,3% na área plantada no Rio Grande do Sul, principal Estado produtor. Já no Mato Grosso, principal produtor do Centro-Oeste, registrou-se uma diminuição de 14,7% da área plantada, considerando-se que os produtores deram preferência ao plantio da soja, com maior liqüidez, além da queda do plantio em áreas novas do Estado.
Feijão (em grão) 1ª safra
O prognóstico para 2008 do feijão em grão 1ª safra indica uma produção estimada em 1,7 milhão de toneladas, 2,0% inferior à obtida em 2007, quando se colheu um volume de 1.792.942 de toneladas. O atraso nas chuvas inviabilizou o plantio de muitas áreas na época recomendada, especialmente na região Sul do país.
Milho (em grão) 1ª safra
Para o milho em grão 1ª safra espera-se uma produção de 38,0 milhões de toneladas, 4,7% maior do que a observada em 2007, estimulada pelo aumento da área de plantio nos principais Estados produtores. Outro fator que contribui para o quadro favorável é a boa cotação do produto em face da menor oferta mundial dos EUA, que está destinando parte de sua safra como matéria-prima para a produção de etanol.
Soja (em grão)
A produção de soja prevista para 2008 é de 58,2 milhões de toneladas, mesmo patamar alcançado em 2007. A área plantada revela um aumento de 1,4% (20,9 milhões de hectares) enquanto o rendimento esperado mostra queda com igual índice (2.779 kg /ha).
CONAB/IBGE