| 17/12/2007 17h16min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou não retomar as obras de transposição do Rio São Francisco até 7 de janeiro para acabar com a greve de fome do bispo de Barra, dom Luiz Cappio. Numa série de conversas com representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e com o próprio bispo, o chefe de gabinete pessoal da presidência, Gilberto Carvalho, disse que o governo, num gesto de "boa vontade", está disposto a criar um ambiente de distensão e negociação.
As obras de transposição estão paralisadas por decisão da Justiça, que na quarta-feira deve julgar uma liminar sobre o assunto. Independentemente de um resultado favorável às obras, o governo não tocará os trabalhos, num primeiro momento, para facilitar as negociações. No sábado, um padre ligado a dom Cappio propôs a Carvalho, por telefone, que o governo retomasse, por exemplo, um projeto de construção de cisternas no semi-árido, o que facilitaria a negociação.
Carvalho esteve nesta segunda-feira
na CNBB a convite do
secretário-geral da entidade, dom Dimas Barbosa, acompanhado de técnicos do governo. Com autorização de Lula, Carvalho disse que o governo suspendia temporariamente as obras para criar um clima de distensão. O governo nega que tenha recuado, ainda que temporariamente. A paralisação das obras em definitivo não está em jogo, segundo assessores. No final de semana, o presidente afirmou que manterá o cronograma das obras. Antes de embarcar para a Bolívia, ele autorizou assessores a abrirem negociação com dom Cappio.
— Parar, nem pensar — disse Lula, que orientou os assessores a discutirem apenas projetos de revitalização e construção de cerca de 1 milhão de cisternas.