| 11/12/2007 19h53min
O arroz e o feijão, tradicionais na mesa do consumidor brasileiro, estão perdendo espaço entre os agricultores de Mato Grosso do Sul. Foi o que revelou o terceiro levantamento da safra 2007/2008 divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na segunda, dia 10.
Nesta safra o Brasil deve produzir cerca de 12 milhões de toneladas de arroz, quase 6% a mais do que no ano passado. A área plantada com o cereal será praticamente a mesma, mas a produtividade deve ser em média 4,8% maior. Porém, alguns Estados como Paraná, Alagoas e os que compõem a região Centro-Oeste devem produzir menos arroz este ano. Em Mato Grosso do Sul devem ser colhidas 189 mil toneladas. 10% a menos que na última safra. O principal motivo é a redução da área plantada, que caiu de 42 mil para 38 mil hectares.
– Os produtores definiram as melhores áreas para cultivar arroz em MS, produzindo apenas arroz irrigado e não mais o arroz sequeiro, que antes era bastante cultivado – disse Alfredo Sérgio Rios, superintendente da Conab em MS.
Para o produtor rural Roberto Coelho, a redução da área plantada é conseqüência da falta de incentivos para quem investe na produção do cereal no Estado.
– O Mato Grosso do Sul já chegou a ter 1 milhão de hectares cultivados com arroz na década de 70, na época em que o governo incentivava a produção de arroz sequeiro para abertura de novas áreas agrícolas. Mas hoje, falta apoio à produção local, e o setor varejista prefere adquirir arroz de outros Estados, o que desestimula os produtores locais – disse Coelho.
O levantamento da Conab revelou que o feijão primeira safra também deve ocupar menor espaço em Mato Grosso do Sul. A área plantada deverá ser de 3 mil hectares, queda de 48% em relação ao ano passado. A estimativa é que de sejam produzidas 4,5 mil toneladas, menos de 0,5% da produção nacional do grão.
– O feijão primeira safra não é tradicional em MS. No Estado a segunda safra é que tem expressão. Em geral, a atividade não é “adotada” pelos grandes empresários locais, ficando a cargo dos pequenos produtores na agricultura familiar – disse Rios.
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