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 | 11/12/2007 12h07min

Rebanho bovino diminui no Brasil após nove anos de crescimento contínuo

Mercados interno e internacional influenciaram resultado de pesquisa do IBGE

Pela primeira vez após nove anos de crescimento contínuo,  o rebanho bovino brasileiro mostrou queda de 0,6% no ano passado. A conclusão é da Pesquisa  Produção da  Pecuária Municipal, divulgada nesta terça-feira, dia 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

– Eu peguei a série histórica de 1996 até 2006 e somente agora a gente teve essa queda, que na verdade é  continuação de uma tendência observada em 2004, que é a questão do ciclo pecuário – disse em entrevista à Agência Brasil o engenheiro agrônomo Octávio Costa de Oliveira, gerente de Estatística da Pecuária do IBGE, responsável pela pesquisa.

Segundo o especialista, está havendo excesso de oferta de animais:

– Muito abate de matrizes. Até o sistema entrar em colapso. E aí começa a diminuir o rebanho.

A expectativa para os próximos meses, porém, é que o abate de fêmeas se reduza e os produtores passem a reter os animais em  campo, para repor o rebanho.

Os mercados interno e internacional  influenciaram o resultado apresentado pela pecuária brasileira no ano passado, de acordo com a pesquisa do IBGE. O rebanho bovino  mostrou queda de 0,6% em comparação a 2005. Já os efetivos de suínos e aves  cresceram 3,3% e 1,1%, respectivamente.

Entre os fatores que contribuíram para  os resultados apurados pelos técnicos do IBGE, estão problemas sanitários que afetaram a exportação de carnes brasileiras, além de uma defasagem entre a oferta e a demanda no mercado doméstico e a elevação de custos de produção, destacando o preço de rações  animais e investimentos com adubo e formação de pastagens.

O rebanho de bovinos somou 205,9 milhões de cabeças no dia 31 de dezembro do ano passado, com a maior concentração do país na região Centro-Oeste (34,3%), apesar da diminuição de 2% observada no total de reses. O Brasil é o segundo do ranking mundial nesse tipo de rebanho, suplantado apenas pela Índia.

O Estado com maior número de bovinos é Mato Grosso (26,064 milhões de cabeças), com participação total de 12,7%, mesmo considerando a retração de  2,2% em relação ao ano anterior, devido ao abate de matrizes, que já vem ocorrendo há algum tempo, desde 2003.

– E agora você está tendo a dificuldade, justamente, de repor esse rebanho. É um abate muito elevado – disse Oliveira.

Por municípios, Corumbá (MS) liderou o ranking nacional no setor, com aumento no total de bovinos de 1,9% de 2005 para 2006. Segundo o IBGE, dos dez municípios que mais criam bovinos no Brasil, nove se localizam na região Centro-Oeste.

O IBGE registrou também crescimento de 12,9% no volume de carne bovina exportada em 2006 contra 2005. A maior comercialização externa foi identificada pelo IBGE no Estado de São Paulo, que registrou, por outro lado, a maior queda (4,7%) no efetivo de bovinos em 31 de dezembro de 2006.

Octávio Costa de Oliveira destacou que São Paulo “abate uma quantidade de animais que pode vir de outros estados”. A pesquisa do IBGE não tem informação sobre a origem dos animais abatidos para venda no mercado.

AGÊNCIA BRASIL
 Raquel Heidrich / Agência RBS

Rebanho bovino brasileiro mostrou queda de 0,6% em comparação a 2005, segundo dados do IBGE
Foto:  Raquel Heidrich  /  Agência RBS


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