| 01/12/2007 12h42min
O chanceler brasileiro Celso Amorim afirmou nessa sexta-feira, dia 30, que a Área de Livre-Comércio das Américas (Alca) está "congelada" e que por isso o Brasil propõe um Tratado de Livre-Comércio (TLC) entre o Mercosul e os Estados Unidos.
– Não sei se a Alca está morta completamente, mas o seu estado é de congelamento total. Não era um bom formato e por isso apostaríamos mais num acordo Mercosul-Estados Unidos – afirmou sobre a iniciativa de integração continental comercial proposta pelos Estados Unidos na década de 1990.
– Era um formato desigual, no qual um país se conformava com uma cota significativa de um produto determinado, como o açúcar, sem importar os outros. O Brasil não poderia aceitar o modelo, porque tem uma plataforma variada de produtos de exportação – explicou.
O ministro das Relações Exteriores, durante uma entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros, mostrou também sua confiança no acordo entre Mercosul e Israel, em dezembro, e na conclusão das negociações da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ele disse que o tema dos subsídios nos países industrializados nunca será resolvido numa negociação bilateral.
– Por isso o G20 surgiu do esforço da mobilização – acrescentou.
Amorim denunciou que "os subsídios afetam o Brasil de maneira criminosa" e por isso defendeu "um acordo mais sensível, com redução ou eliminação dos subsídios", mostrando "um otimismo com certa pincelada de realismo". O avanço na OMC permitiria outras negociações bilaterais, opinou. Ele citou como exemplo os diálogos comerciais entre a União Européia e o Mercosul.
– As negociações técnicas Mercosul-União Européia continuam mas os esforços devem estar concentrados na OMC – ressaltou.