| 24/11/2007 14h36min
Clemer deixou o Estádio Beira-Rio um pouco mais feliz nesta sexta-feira. Após o treino fechado, último antes de enfrentar o Palmeiras, domingo, o goleiro foi surpreendido por uma faixa levada por três torcedoras que o esperavam na saída do vestiário. Nela, os dizeres "Clemer, o melhor do mundo".
— Vocês deveriam ter feito antes da renovação para melhorar o meu contrato — brincou Clemer, que prometeu abanar para as fãs ao entrar em campo.
Claudete Marocco mandou um e-mail para a Redação de zerohora.com nesta semana, fazendo um pedido: "Bom dia! Gostaria de pedir um favor a você. Se possível, fale para o Clemer que no domingo eu, minha filha de 16 anos e a sua amiga Gabriela, também de 16 anos, estaremos lá no Beira-Rio nas cadeiras com uma faixa: "Clemer você é o melhor goleiro do mundo!!"
— Eu não gostei quando fiquei sabendo que talvez ele não renovasse, aí eu pensei em fazer esta homenagem — conta.
Cerca de 15 minutos se
passaram entre a chegada ao estádio e o encontro.
Enquanto isso, Claudete, a filha, Paola Marocco, e a amiga Gabriela Klein Moreira, devidamente fardadas com a camiseta oficial do Inter, tiraram fotos com Nilmar — que agradeceu a solidariedade por ter sido barrado pelo departamento médico — e Fernandão, o preferido de Claudete:
— Eu não consigo tirar a foto. As minhas mãos estão tremendo! — disse, ao tentar registrar o encontro das meninas com o capitão.
Ao cumprimentar Clemer, as três sorriam nervosas, impressionadas com a altura do goleiro.
— Não sabia que ele era tão alto — comentaram, já na volta para casa.
Filha de mãe colorada e pai gremista, Paola pôde escolher o time para o qual torceria. Teria companhia para freqüentar o estádio, seja qual fosse sua opção. Seu Luís Fernando bem que tentou:
— O pai comprou uma camisa do Grêmio, mas uma vez ela brincava em uma pracinha e um menino apontou e disse: 'Que feia esta camisa!'. Ela nunca mais usou a camisa
do Grêmio. Vestiu a minha do Inter e não tirou mais — conta
a mãe, orgulhosa.
Paola é fã de Clemer desde 2003, quando entrou de mãos dadas com ele antes de um jogo contra o Criciúma:
— Eu estava de calça preta e não podia. Então eu peguei uns moletons de uns meninos, amarrei na cintura, fiz uma saia e entrei.
Amigas desde o maternal, Paola e Gabriela compartilham a paixão pelo mesmo time:
— Lá em casa, minha mãe costuma dizer: "Filho gremista de pai colorado é rebelde sem causa" — conta Gabi.
As três costumam freqüentar as cadeiras do Beira-Rio e lembram emocionadas das recentes conquistas, elegendo o segundo jogo da final da Libertadores como o inesquecível:
— Eu quase comi os dedos! — conta Claudete.
Em dia de jogo, o clima muda na casa dos Marocco. A rivalidade Gre-Nal se faz presente. A mãe não esquece da final do Mundial de Clubes.
— Quando eu vi aquele povo todo na Goethe, eu comecei a chorar. Imagina
se a gente não ganha! Aí eu meu marido disse: 'É isso mesmo que vai acontecer, vocês não vão
ganhar'. Quando ele foi no banheiro, o Gabiru fez o gol. Daí eu gritei: 'agora fica aí até terminar!'.
Quando não está no estádio, Claudete costuma assistir aos jogos sempre no mesmo sofá, para dar sorte. Neste domingo, se depender delas, o time se despedirá do torcedor neste Brasileirão em grande estilo:
— A gente nunca perdeu aqui — garante Paola.