| 13/11/2007 08h23min
O Senador Marcelo Crivella (PRB/RJ) disse nessa segunda-feira, dia 12, que a aprovação no Senado federal do projeto de lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas destiladas em postos de combustíveis foi uma grande vitória.
O projeto, de autoria de Crivella, foi aprovado no último dia 7 em caráter terminativo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, e segue agora para votação na Câmara dos Deputados.
Segundo ele, há cerca de três anos o lobby entre senadores e empresas que vendem ou anunciam as bebidas dificultavam a aprovação da matéria.
– Houve muita resistência. Assim que eu apresentei a proposta, os sindicatos proprietários de postos de gasolina estiveram comigo e ponderaram que isso resultaria em grande desemprego – afirmou.
Para o senador, o possível aumento no desemprego com a proibição da venda revela o alto índice do consumo de álcool.
– Aquele argumento me assustou. Se iria gerar muito desemprego, é porque isto está vendendo muito – declarou Crivella.
De acordo com ele, a medida é fundamental para a redução dos acidentes de trânsito no país:
– O consumo de álcool é a principal causa de mortes no trânsito, internações psiquiátricas, criminalidade e até mesmo da destruição de lares.
A medida também prevê multas de R$ 5 a 50 mil; suspensão temporária da atividade comercial; cassação da autorização ou licença do estabelecimento ou da atividade; e interdição, total ou parcial, do estabelecimento, além de outras sanções de natureza civil ou penal, aplicadas por estados e municípios.
Segundo Crivella, o projeto de lei enfrenta outras pressões econômicas por parte da Ambev (Companhia de Bebidas das Américas) e de redes de televisão.
– No final da tramitação, também vi movimentação da Abert (Associação Brasileira de Emissores de Rádio e Televisão) contra o projeto. Elas ganham muito dinheiro com a publicidade de bebidas. Mas tenho esperança que o governo tenha consciência do prejuízo que isso traz à nação – disse o senador.
A Abert informou, por meio da assessoria de imprensa, que o senador cometeu equívoco, e que a associação é contra restrições aos anúncios, não à comercialização. A Ambev não quis se posicionar sobre o assunto.
A reportagem da Agência Brasil contactou o Sindicato Nacional das Indústrias de Cerveja (Sindicerv). Mas não conseguiu contato com a entidade até o fechamento desta reportagem.
AGÊNCIA BRASIL