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 | 12/11/2007 17h41min

Vazamento de combustível ameaça litorais da Rússia e da Ucrânia

Mancha já alcançou o litoral russo

As mais de mil toneladas de combustível que vazaram no domingo, dia 11, do navio petroleiro russo Volga-Neft ameaçam desencadear uma catástrofe ambiental nos litorais russo e ucraniano do estreito de Kerch, que separa o Mar Negro do Mar de Azov.

– A ameaça de contaminação das costas russa e ucraniana do estreito de Kerch ainda está presente – informou nesta segunda, dia 12, o Ministério de Situações de Emergência russo.

A mancha de combustível - quase 1,3 mil toneladas, segundo estimativas oficiais - alcançou o litoral russo no começo da manhã desta segunda, segundo informaram as autoridades portuárias.

– A mancha já chegou à costa. As aves pousam sobre o combustível e morrem – assegurou Aleksander Dovgal, diretor-adjunto da filial da Corporação Portuária Russa em Tamansk, citado pela agência "Interfax".

Devido à pior tempestade dos últimos 30 anos, o Volga-Neft, que transportava 4 mil toneladas de combustível, se partiu em dois no domingo, perto do porto russo de Kavkaz, no meio do estreito de Kerch. Os 13 tripulantes do petroleiro sobreviveram ao acidente e foram resgatados horas depois. No domingo, ventos de até 100 km/h e ondas de cinco metros transformaram o porto em uma zona de catástrofe.

Cinco embarcações naufragaram, 23 marinheiros estão desaparecidos e mais de 30 navios tiveram que se proteger da tempestade nos portos da região.

As autoridades locais mobilizaram nesta segunda mais de 100 membros da Marinha para os trabalhos de recolhimento e limpeza do combustível que vazou na península de Tuzla. Em outras partes do litoral da região russa de Krasnodar, as autoridades locais também organizaram seus próprios esquadrões de limpeza. Uma equipe de especialistas sobrevoou de helicóptero a região do vazamento para avaliar a magnitude da catástrofe.

– A partir dos resultados da inspeção, os especialistas do Ministério (de Situações de Emergência) farão uma previsão sobre as possíveis seqüelas ecológicas do vazamento – assegurou Victor Beltsov, porta-voz do ministério.

O subdiretor do Serviço Federal de Proteção da Natureza russo (SFPN), Oleg Mitvol, viajou até a zona do acidente à frente de uma comissão de investigação.

– Os trabalhos para restabelecer o estado ecológico do estreito levarão meses – declarou no domingo.

O especialista em energia nuclear do Greenpeace Rússia, Vladimir Tchuprov, tachou o vazamento de combustível de "catástrofe ecológica" e disse que, na melhor das hipóteses, o ocorrido terá "magnitude local".

– As seqüelas podem se prolongar por meses, anos ou décadas. As medidas tomadas no momento pelas equipes de salvamento é o máximo que se pode fazer, mas pouco ajuda – disse.

As autoridades do balneário russo de Sochi, situado a 300 quilômetros do estreito de Kerch, também formaram uma comissão para combater as seqüelas deixadas por esta tempestade.

O primeiro-ministro ucraniano, Viktor Yanukovich, propôs à Rússia a criação de um grupo de trabalho conjunto, e disse também que a mancha "está se afastando do território da Ucrânia". Entretanto, o primeiro-ministro acrescentou que "por enquanto é difícil dizer para onde a mancha se dirige, se vai para a costa russa, a turca ou a georgiana".

Yanukovich presidiu nesta segunda a reunião da comissão estatal sobre situações de emergência para avaliar as seqüelas da tempestade de domingo sobre a península da Criméia.

Segundo o Ministério de Situações de Emergência russo, as equipes de resgate encontraram nesta segunda os corpos de três tripulantes do navio russo Najichevan, que transportava enxofre e naufragou, no domingo, no Mar Negro.

Vários helicópteros e 20 navios de salvamento prosseguem a busca dos outros cinco tripulantes do navio e dos 15 marinheiros da embarcação de bandeira georgiana Jodzha Ismail, que transportava ferro velho e afundou em frente ao porto ucraniano de Sebastopol. De acordo com Igor Digalo, porta-voz da Marinha russa, um helicóptero deste corpo militar irá auxiliar nos trabalhos de resgate do navio georgiano.

Nesta segunda, outros dois navios russos, Amalteya e Flagman, encalharam na margem ucraniana do estreito de Kerch quando seus cabos de ancoragem se romperam após serem atingidos pelas ondas. Embora a tempestade tenha diminuído, as autoridades aconselharam os navios da região a permanecerem nos portos.

AGÊNCIA EFE
 / EFE

Cinco embarcações naufragaram e mais de 30 navios tiveram que se proteger da pior tempestade dos últimos 30 anos da região
Foto:  EFE


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