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 | 09/11/2007 15h17min

Inter virou exportador de atacantes nos últimos anos

Nilmar é um dos craques formados no clube que reencontra torcida no sábado

Leonardo Corrêa  |  leonardo.correa@rbsonline.com.br

O retorno de Nilmar devolveu ao Inter poder de fogo ofensivo. Foi assim no jogo contra o Vasco – o 70º dele com a camisa do Inter e o primeiro nesta segunda passagem pelo clube. Neste sábado, contra o Cruzeiro, no Beira-Rio, será o reencontro com a torcida colorada.

O Inter teve uma safra generosa de atacantes desde 2000, todos exportados para a Europa: Diogo Rincón, Daniel Carvalho, Nilmar, Rafael Sobis, Luiz Adriano e Alexandre Pato saíram do clube e ganharam o mundo.

Nilmar, hoje com 23 anos, despontou no Beira-Rio com 18, no time comandado por Muricy Ramalho. Ao lado de Daniel Carvalho e Diego formava o "trio de ouro" da equipe que terminou em sexto lugar no Brasileirão 2003. Fez parte da seleção pré-olímpica de Ricardo Gomes, que fracassou na disputa de vaga em Atenas. 

Com a camisa colorada, conquistou edições do Gauchão em 2003 e 2004. Em agosto de 2004, foi vendido ao Lyon, da França, por € 5,75 milhões. Chegou ao clube como opção para suprir a ausência do atacante Élber, que estava lesionado. Não deslanchou da equipe: marcou apenas seis gols. 

Voltou ao 
Brasil em agosto de 2005 – para o Corinthians da era MSI. Ao lado de Tevez, ajudou o Timão a conquistar o polêmico Brasileirão de 2005 – marcado pela máfia do apito e decisões conturbadas do então presidente do STJD, Luiz Zveiter.

Nilmar terminou o Paulistão 2006 como artilheiro, com 18 gols. Depois disso, duas lesões em seqüência: uma no joelho direito (ainda em 2006), outra no esquerdo, que o deixou de fora da atual temporada. Após muita discussão jurídica, ganhou liberdade para definir seu futuro. Assediado por Santos e São Paulo, optou por retornar ao Beira-Rio.

Fábrica de goleadores


Diogo Rincón - surgiu nas categorias de base do Inter. Campeão mundial sub-17 em 1997, deixou o clube em 2002. Desde então defende o Dinamo Kiev, da Ucrânia. Rendeu cerca de US$ 2,8 milhões aos cofres do Inter. Virou ídolo por lá, ajudando o Dínamo a conquistar o campenato ucraniano em  2003, 2004 e 2007.

Daniel Carvalho -
profissional desde 2001, começou a aparecer no Colorado na desastrada campanha do Inter no Brasileirão de 2002. Mas foi com a chegada de Muricy Ramalho ao Inter, no ano seguinte, que ele se destacaria, ao lado de Diego e Nilmar. Daniel marcou gols importantes, como o que quebrou a série sem vitórias coloradas em gre-nais, em clássico pelo Gauchão 2003.

Em 2003, também ao lado de Nilmar, Daniel foi campeão Mundial Sub-20. No início de 2004, o CSKA Moscou compra a revelação colorada, por US$ 4,2 milhões. Também Integrou a seleção do pré-olímpico para Atenas, que deixou escapar a vaga.

Quem pensava que Daniel sumiria no obscuro futebol russo se enganou. Ao lado de outro brasileiro, Vagner Love, ele ajudou o time a chegar ao título da Copa da Uefa de 2005. Foi  eleito o melhor em campo na final contra o Sporting. Na Seleção, marcou logo na primeira convocação da era pós-Copa 2006 – empate em 1 a 1 com a Noruega, em agosto do ano passado, em Oslo. Passou por cirurgia no joelho no final do ano passado mas já está recuperado.

Rafael Sobis -
A imagem que ficou de Sobis na retina dos colorados é a dele correndo com uma enorme bandeira do Inter, no Beira-Rio, comemorando o título da Libertadores da América 2006. Foi jogador fundamental na conquista, ao marcar os gols da vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo, no primeiro jogo da final, no Morumbi.

Sobis assumiu o papel de ídolo da gurizada no Inter – havia uma lacuna desde a saída de Nilmar. Contestado pela torcida, chegou mesmo a ser vaiado. Mas, na insistência de Muricy Ramalho, se consolidou como um atacante veloz e de forte chute de longa distância. Destaque em 2005, no ano em que o Inter foi vice no Brasileirão, foi eleito o melhor atacante do campeonato. Após a conquista da Libertadores 2006, se transferiu ao Real Betis, da Espanha. O Inter tinha direito a 25% dos direitos e lucrou cerca de € 2 milhões (cerca de R$ 5,5 milhões).

Luiz Adriano -
Não chegou a ser titular do Inter mas talvez sem sua participação o Inter não tivesse chegado ao título de Mundial de Clubes. O atacante alto, com chegada forte na bola aérea marcou o gol que deu a vitória ao Colorado sobre o Al Ahly, por 2 a 1, na semifinal no Japão. Atuou na seleção sub-20, junto com Pato. Rendeu € 3 milhões aos cofres do clube e atualmente é reserva do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia.

Alexandre Pato -
Todos falavam de Pato, mesmo antes dele subir para o grupo principal do Inter. Quando saiu, Sobis apontou o garoto, então com 17 anos, como o seu provável substituto. No final do Brasileirão 2006, após uma complicada renegociação de contrato, Pato finalmente estreou. E não decepcionou: desmontou o Palmeiras, em jogo vencido pelo Inter por 4 a 1.

Após a estréia promissora, Pato foi ao Mundial de Clubes. Marcou o primeiro gol do Inter contra o Al-Alhy, na semifinal – e fez embaixadas com o ombro, em imagens que correram o mundo. Na decisão contra o Barcelona, entrou em campo lado a lado com o astro Ronaldinho Gaúcho. Com dores musculares, não conseguiu terminar a partida e viu do banco o gol do título de Gabiru.

No ano de 2007, cresceu o assédio do Exterior sobre Pato. Apesar da má temporada do Colorado, Pato se destacou na conquista da Recopa Sul-Americana – marcando contra o Pachuca tanto no jogo de ida quanto no de volta. No Brasileirão, garantiu pontos importantes ao Colorado.

Em julho, Pato deixou o Inter. O Milan veio a Porto Alegre e pagou € 22 milhões. Aí não teve jeito. Ele rumou para a Itália, dizendo estar realizando o sonho de jogar ao lado do ídolo Ronaldo. Pato ainda não estreou em jogos oficiais do Milan, mas já balançou as redes no primeio amistoso – marcou o primeiro no empate em 2 a 2, contra o Dínamo Kiev.

Ainda não teve chance na Seleção de Dunga. Mas é sempre lembrando durante as coletivas de convocação.

Felipinho
é o próximo?

Alexandre Pato repetiu o gesto de Sobis e também indicou o seu possível substituto no Beira-Rio. Felipinho, 15 anos, é titular da Seleção Sub-15 e marcou três gols no Sul-Americano, disputado no Rio Grande do Sul. O responsável pelas categorias de base do Inter, Jorge Volnei, destaca a velocidade e a força como pontos de destaque do garoto.

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