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 | 08/11/2007 17h42min

CBF pressiona e Congresso arquiva CPI do Futebol

Vários deputados federais retiraram as assinaturas do pedido

O pedido da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Futebol foi arquivado na tarde desta quinta pela Câmara dos Deputados. Faltaram três assinaturas para completar as 171 necessárias. Na última semana, o deputado federal Sílvio Torres (PSDB-SP) chegou a entregar à Mesa Diretora do Congresso o pedido com o nome de 209 deputados. Porém, uma pressão da CBF fez com que alguns parlamentares voltassem atrás. A entidade alegou que as apurações prejudicariam a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

Torres foi o autor da proposta, que visa investigar denúncias de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e crimes contra a ordem tributária nos clubes de futebol brasileiros. O ponto de partida seria a parceria da MSI com o Corinthians. A idéia da comissão surgiu após terem sido reveladas investigações de Polícia Federal sobre a parceria, incluindo escutas telefônicas – entre elas a conversa em que o ex-presidente do clube paulista Alberto Dualib declarou que o título brasileiro de 2005 foi "roubado".

– Se essa Copa de 2014 custar esse preço, de o Congresso Nacional sequer poder instalar uma CPI para investigar crimes contra o sistema financeiro nacional já configurados claramente na crise da (parceria) MSI/Corinthians, eu acho que não vale a pena. Não vale entregarmos a soberania das instituições – protestou o deputado.

Se na Câmara faltaram três assinaturas, no Senado, elas sobraram. Mais que um terço dos senadores, 39 no total, assinaram o requerimentos. Porém, o número de parlamentares necessários não foi o suficiente, o pedido de CPI foi arquivado.

Durante toda a sessão desta quinta, um diretor da CBF foi ao Congresso para pressionar os deputados a retirarem os nomes. Um dos articuladores do arquivamento da CPI foi o deputado José Rocha (PR-BA), que temia a não realização da Copa no país devido às investigações.

– A Fifa como entidade privada internacional, pode, ao ser importunada, resolver realizar a Copa de 2014 em outro país. Há países interessados, como Canadá e Inglaterra, que se colocaram à disposição caso o Brasil não reunisse as condições exigidas – disse o parlamentar, admitindo ter sido pressionado: – Ouvi isso do presidente da CBF (Ricardo Teixeira).

RÁDIO GAÚCHA E GAZETA PRESS
Mauro Vieira / Agência RBS

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Foto:  Mauro Vieira  /  Agência RBS


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