| 05/11/2007 17h52min
A empresa petrolífera sueca OKQ8 anunciou que vai abandonar seus planos de usar óleo de palma (popularmente conhecido como óleo de dendê) em seu biodiesel Eco20. Com a decisão, a empresa vai evitar a destruição de florestas nativas em países como a Indonésia.
O cultivo dessa matéria prima exige o desmatamento por queimadas para abrir espaço para as plantações. Segundo o Greenpeace Brasil, a medida significa "um aviso para o governo brasileiro de que o mercado global pode se fechar para o etanol proveniente de plantações não sustentáveis e que provoquem o desmatamento da Amazônia".
A empresa OKQ8 foi a primeira petrolífera da Europa a planejar o lançamento de um biodiesel a base de óleo de palma. Antes de tomar a decisão de abandonar o projeto, ativistas do Greenpeace passaram dois dias no QG da OKQ8, estendendo um banner de 70 metros quadrados com a imagem de um orangotango na mira de uma bomba de gasolina, para mostrar a verdadeira face do óleo de palma.
– É inaceitável a conversão de florestas ou ecossistemas intactos para a produção de etanol ou biodiesel, bem como colocar em risco a produção de alimentos para a geração de combustíveis – atacou Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de energia do Greenpeace Brasil.
Nas duas últimas semanas, o Greenpeace produziu ainda documentos que flagravam a destruição das florestas na Indonésia para plantação de óleo de dendê. O desmatamento é responsável por cerca de 1/5 das emissões globais de gases de efeito estufa. Na Indonésia, as altas taxas de conversão de florestas em plantações de óleo de dendê fazem do país um dos maiores emissores mundiais de CO2.
GREENPEACE