| 05/11/2007 09h49min
O número de casos de rubéola voltou a crescer em todo o país e a preocupar as autoridades do setor de saúde. De janeiro até o dia 19 de outubro, foram confirmados 4,17 mil casos da doença. Nos últimos dois meses e meio, 2,91 mil novos casos foram registrados.
O Rio de Janeiro é o Estado que concentra o maior número de casos - mais de 1,5 mil -, seguido do Rio Grande do Sul, com mil casos, e de São Paulo, com 444 registros. No Rio, o surto de rubéola começou em meados do ano passado, mas foi contido ainda no primeiro semestre deste ano, segundo o superintendente de Vigilância e Saúde da Secretaria de Saúde do estado, Victor Berbara.
– Nós desenvolvemos uma campanha de vacinação entre os meses de abril e maio, imunizando as pessoas entre 20 e 39 anos de idade. É importante que se diga que alcançamos a meta do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do estado; desde essa campanha, que foi um sucesso, não temos mais epidemia no Estado – disse Berbara.
O município cearense de Horizonte é o que tem a maior concentração de casos por habitante - 167. De acordo com a coordenadora nacional de Imunização de Horizonte, Isabel Nobre, o surto no município atingiu mais os homens e começou numa fábrica.
– O surto foi localizado e começou por uma fábrica com mais de 8 mil funcionários, um ambiente fechado, favorável à proliferação da rubéola, o contágio muito rápido, a propagação também foi rápida, o que desencadeou esse surto – explicou Isabel Nobre.
A doença já foi registrada em 272 municípios de 17 estados. Segundo o coordenador-geral de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Ricardo Marins, 70% das vítimas da rubéola são do sexo masculino, com idade entre 20 e 29 anos, homens que não receberam a vacina quando criança.
Para conter o surto no país, Marins faz um alerta:
– Se tiver sintoma como febre, vermelhidão pelo corpo, íngua atrás da orelha, na região cervical, procure um centro de saúde ou um médico imediatamente, não circule, oriente as pessoas em volta para não terem contato, e faça com que o sistema de saúde seja avisado a fim de que os exames sejam feitos para que a gente consiga ao máximo ter mais sensibilidade para pegar todos os casos e assim interromper a cadeia de disseminação.
Segundo Ricardo Marins, o avanço no número de contaminações vem acompanhado de outro risco, mais preocupante: a contaminação de gestantes, ou mesmo daquelas mulheres que nem sabem que estão grávidas. Marins lembrou que quando a doença não causa aborto, as crianças contaminadas pelo vírus durante a gestação nascem com problemas irreversíveis como surdez , cegueira, alterações cardíacas e problemas no sistema nervoso central.