| 01/11/2007 06h07min
O consumo total de gás natural no Brasil atinge hoje 57 milhões de metros cúbicos diários, para uma oferta de cerca de 32 milhões de metros cúbicos/dia, vindos da Bolívia. Segundo a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster, a estatal trabalha com o objetivo de voltar a investir em exploração e produção no país vizinho, a fim de garantir o produto para o contrato que prevê fornecimento de cerca de 30 milhões de metros cúbicos diários ao Brasil até 2019.
– A Bolívia tem sido uma verdadeira jóia no atendimento aos nossos contratos – afirmou.
Graça Foster demonstrou satisfação com o consumo de gás no Brasil:
– Eu vendo gás. Então, fico muito satisfeita com o progresso que o gás vem tendo. Eu vendo gás, vendo energia elétrica, pressiono a área de exploração e produção dentro dos princípios da racionalidade econômica da companhia, para que eles prospectem mais gás e coloquem mais gás para a área de Gás e Energia vender.
Por isso, acrescentou, "considero que o crescimento do consumo ocorre em um ritmo justo e devido”.
Ela recomendou que em vez de estimular o desenvolvimento de determinados segmentos, como o gás natural veicular (GNV), os estados deveriam trabalhar sua matriz energética e observar se há de fato novas descobertas de gás nas suas regiões, para poder buscar novos consumidores.
Nessa terça-feira, dia 30, para atender ao termo de compromisso firmado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em maio passado, com o objetivo de garantir a geração de energia elétrica das usinas térmicas movidas a gás natural, a Petrobras reduziu o fornecimento de gás às distribuidoras do Rio de Janeiro (CEG e CEG Rio) e de São Paulo (Comgás).
Devido a liminar concedida pela juíza Natasha Nascimento Gomes Tostes, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em atendimento a pedido do governo fluminense, a Petrobras restabeleceu nessa quarta-feira, dia 31, o volume de gás natural entregue diariamente às distribuidoras do estado, mas prometeu recorrer da decisão judicial.
GRaça Foster esclareceu que a produção de gás não é constante e que isso "faz parte da indústria". O consumo das distribuidoras, explicou, varia de acordo com uma curva de demanda. A decisão de cortar o fornecimento de gás, lembrou, foi comunicado com antecipação de seis ou sete horas às distribuidoras, para que elas pudessem buscar seus clientes e fizessem a redução solicitada pela estatal.
A diretora enfatizou que não há relação entre a medida tomada pela empresa e um possível desabastecimento de energia em 2008:
– A decisão foi tomada com base em uma necessidade atual, à luz do período, para que haja recuperação dos reservatórios de água e haja uma geração a água, assim que o preço da água permitir.
AGÊNCIA BRASIL