| 11/10/2007 10h26min
A inserção de pequenos produtores de etanol e biodiesel no mercado de agroenergia foi discutida na 2ª Enerbio, que termina nesta quinta-feira, dia 11, em Brasília (DF). Em diferentes palestras, especialistas destacaram pontos importantes para que esses produtores também sejam incluídos neste mercado.
O palestrante Antônio Carlos Ferreira, da Universidade de Uberlândia, ressaltou que o Brasil tem grande potencial para o desenvolvimento da agroenergia. Segundo pesquisa apresentada por Ferreira, o País está entre os que têm a matriz energética mais limpa do mundo, pois 44% da energia usada são renováveis. Além disso, este é um mercado em expansão.
– Toda cadeia produtiva brasileira é afetada por conta do aumento do diesel, já que optamos pelo transporte rodoviário. Isso abre um mercado grande para o biodiesel – disse.
Ferreira também destacou que o governo brasileiro só tem pensado nos pequenos como fornecedores de matéria-prima.
– É preciso pensar na criação de usinas compactas que permitam a entrada destes empreendedores no mercado – afirmou.
Para isso, ele propõe a criação de um programa brasileiro de auto-suficiência em biocombustíveis no âmbito dos municípios.
A idéia do programa é viabilizar a comercialização regional para unidades produtoras com capacidade limitada. Ferreira também aponta outras saídas como a união de pequenos produtores de matéria-prima para montarem o próprio negócio de produção de biocombustível, ou a participação destes na produção de grandes empresas.
No entanto, os empreendedores vão encontrar pelo caminho alguns fatores limitantes à pequena usina. Alguns deles são: ausência de padronização, custos de produção e dos maquinários. A questão da padronização é importante para as empresas produzirem o combustível para venda e não apenas para uso na propriedade. Para entrar no mercado, as empresas devem se adequar às normas da Agência Nacional do Petróleo.
Para arcar com custos de produção e de maquinários, os produtores precisam captar recursos. A diretora da Admbios, Warna Henrichsen, destacou durante o seminário a importância disso.
– Na produção de biodiesel ou de álcool, se não houver recursos, pode-se ter certeza de que nada será feito – disse.
Para captar recursos, é necessário elaborar um projeto de viabilidade econômica e financeira, ter licenciamento ambiental e garantias bancárias. Warna destaca que as empresas podem até conseguir créditos de carbono para dar continuidade aos projetos.
– Neste caso, é preciso que o projeto vise à substituição da energia consumida que não seja renovável – explicou.
Assim, o projeto poderá ser considerado como um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDI).
Mas, segundo Warna, é preciso subsídio do governo para que o País deslanche na produção de biocombustíveis.
– Precisamos de uma política operacional consistente para toda a cadeia produtiva tanto do etanol como do biodiesel. É necessário mais recurso para esses setores e taxas de juros mais baixas para os pequenos – afirmou.
AGÊNCIA SEBRAE