| 10/10/2007 16h30min
A posição de vanguarda do Brasil na exploração de energias renováveis está ameaçada pelos investimentos em pesquisa nos países desenvolvidos. A avaliação foi feita nesta quarta, dia 10, pelo consultor de Inovação Tecnológica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), João Furtado.
Furtado falou durante a 2ª Feira Internacional de Agroenergia, Biocombustíveis e Energias Renováveis (Enerbio), que começou nesta quarta em Brasília. O encontro reúne até esta quinta, dia 11, empresários do setor e representantes da comunidade acadêmica.
Para o consultor da Fapesp, o Brasil precisa ampliar as pesquisas com fontes alternativas de energia para se manter na liderança do setor e repetir a experiência do álcool combustível, que, segundo ele, só se consolidou no país por causa do investimentos em inovações tecnológicas.
– As aplicações nessa área precisam ser crescentes, caso contrário, os países que mais investem em pesquisa nos deixarão para trás – advertiu Furtado.
Segundo o especialista, o Brasil precisa mobilizar autoridades, empresários e cientistas para assegurar a liderança nessa área de conhecimento.
– É bom que seja assim porque as fontes de energia não-renováveis são esgotáveis, e em breve a produção do planeta não terá capacidade de atender a demanda – ressaltou.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, nos próximos 12 anos, 20% da matriz energética mundial será composta por fontes renováveis. No Brasil, esse índice será de 45%. A previsão foi apresentada pelo presidente da Enerbio, Ronaldo Knack, na abertura do encontro.
Apesar dos números positivos para o país, Furtado avalia que a diferença em relação aos países desenvolvidos deve diminuir nos próximos anos.
– Os Estados Unidos e o Japão estão mobilizando os melhores cientistas e destinando grandes volumes de recursos para avançar rapidamente no desenvolvimento de tecnologias na área de biocombustíveis, com vistas a recuperar o atraso nesse campo – destacou o consultor da Fapesp.
Pela manhã, a 2ª Enerbio teve painéis sobre desenvolvimento industrial, capacidade de investimento nacional e a influência do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na melhoria da infra-estrutura no escoamento da produção de etanol.
Para esta tarde, o painel mais aguardado é o que discutirá a nova fronteira agrícola e industrial do país. Para esse debate, foram convidados os governadores do Distrito Federal, José Roberto Arruda; de Goiás, Alcides Rodrigues; de Minas Gerais, Aécio Neves; de Tocantins, Marcelo Miranda; e do Maranhão, Jackson Lago.
AGÊNCIA BRASIL