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O futsal profissional do Inter mal reabriu suas portas e talvez tenha de fechá-las novamente. Jogadores e comissão técnica estão sem receber há seis meses. Como seus salários nem se comparam com os do time de futebol, a situação não tem sido fácil. Eliminada da Série Ouro, a equipe está em férias desde a última quinta.
– Desde maio, a gente vem pedindo dinheiro para o irmão, o pai, a mãe, os amigos. Mas chega uma hora que não tem mais para quem pedir – resigna-se o pivô Serjão.
Artilheiro absoluto do Estadual Série Ouro, com 35 gols, Serjão também é considerado jogador símbolo do clube, uma vez que esteve na equipe em 1999 e 2000, anos nos quais o Inter sagrou-se campeão da Taça Brasil e octacampeão gaúcho, respectivamente. Além disso, é colorado desde pequenino:
– Sempre indiquei o Inter como um bom clube para jogar. Isso nunca aconteceu antes.
A goleada por 9 a 1 sofrida pelo Inter no dia 23 de outubro para a ACBF foi sintomática. Depois do jogo, direção e jogadores se reuniram. O acerto salarial foi prometido para 10 de novembro, com o dinheiro proveniente da venda do meia Diogo Rincón, do futebol de campo. A verba do Dínamo Kiev, porém, não veio, e agora a nova data prometida é 10 de dezembro – o clube ucraniano deve cerca de US$ 2,5 milhões ao Inter.
O gerente de esportes amadores do Inter, Edu Pesce, confirma que o clube deve salários aos profissionais de futsal, mas não informa a quantia desta dívida, nem como ou quando ela será saldada:
– Estamos em negociação com os jogadores, mas esse é um assunto interno.
Pesce nega que o departamento possa ser fechado e afirma que o Inter já preparou um projeto de patrocínios para a temporada 2003, na qual o clube está inscrito para a Liga Futsal, competição nacional mais importante do país.
DECA SOARES