| 28/08/2007 07h57min
Na próxima segunda-feira, Grêmio, Inter e Federação Gaúcha de Futebol (FGF) apresentarão uma alternativa à Brigada Militar e ao Estado para a cobrança de taxas para o policiamento nos jogos de futebol. A saída mais provável é que os clubes entreguem viaturas e equipamentos às autoridades, a exemplo do que a FGF fez no início do ano, nos jogos do Gauchão disputados em Cidreira.
Após 1h40min de reunião ontem à tarde, no QG da Brigada Militar, representantes dos clubes, da BM, do Ministério Público e do Estado perceberam que não chegariam a um consenso e decidiram repetir o encontro na próxima semana. Antes, na sexta-feira, advogados de Grêmio e Inter e o presidente da FGF, Francisco Novelletto, se encontrarão na sede da entidade para definir o que apresentarão como alternativa à BM.
– Certo é que Grêmio e Inter não pagarão as taxas. Eles têm uma decisão judicial que lhes garante o direito de não pagar pelo policiamento – diz Novelletto.
Como será difícil reverter a decisão judicial – ainda há a possibilidade de recurso, mas Grêmio e Inter venceram nas duas primeiras instâncias – , o Estado encontrou uma forma de pressionar os clubes. Publicou ontem no Diário Oficial portaria que regulamenta a presença de policiamento nos estádios.
De acordo com a medida, que passará a valer em 27 de setembro, a segurança será feita na proporção de um policial militar e seis seguranças particulares para cada mil pessoas nos estádio. O número é considerado insuficiente pelos clubes. Mais: a quantidade poderia levar árbitros a não iniciarem jogos nessas condições. Para elevar o número, só pagando. Até a semana passada, por contas da Brigada Militar, os clubes deveriam mais de R$ 542 mil pelos compromissos em Porto Alegre.
– Estamos alicerçados na lei. Temos que trabalhar dentro da legalidade, que hoje prevê o pagamento de taxas. Mas os clubes vão fazer uma proposta e o governo vai analisá-la – afirma o comandante-geral da BM, o coronel Nilson Nobre Bueno.
No entanto, comandantes da BM revelam que aceitariam sem problemas a ajuda da Dupla na compra de equipamentos. A questão seria acertar a quantia. Em janeiro e fevereiro, a FGF doou três motos por sete jogos da dupla Gre-Nal em Cidreira.
ZERO HORA