O processo de exclusão do ex-presidente do Grêmio José Alberto Guerreiro do quadro social do clube foi arquivado na noite desta segunda pela Comissão de Ética do Conselho Deliberativo tricolor. A proposta foi apresentada por Fábio Koff, com o aval de Paulo Odone, e aprovada por 115 votos a 89.

Assim, o órgão fica liberado de decidir sobre o caso, que será apreciado pela Justiça Comum. Guerreiro responde a processo penal pelo Caso ISL. Se condenado, estará automaticamente excluído do Grêmio, de acordo com o estatuto do clube. Os opositores discordaram a proposta de Koff.

– Achei um verdadeiro absurdo jurídico nós votarmos no Conselho do Grêmio um arquivamento de processo que ninguém sabe. Não foi lido o relatório da Comissão e nós propusemos o arquivamento. Acho isso uma desmoralização – protestou o conselheiro Luiz Eurico Vallandro.

Guerreiro chegou na reunião meia hora antes do horário marcado. Em sua manifestação ao Conselho, em um discurso emocionado, pediu que votassem já nesta segunda o parecer do relatório. Mesmo assim, Koff sugeriu o arquivamento, e o atual presidente gremista apoiou a decisão.

– Não fazia sentido (a exclusão) – argumentou Odone. Apreciar hoje e julgar seria cometer uma irregularidade jurídica – complementou.

Ao final da votação, Guerreiro se mostrava aliviado com a decisão. Segundo ele, "as coisas foram colocadas nos seus devidos lugares". Ele voltou a negar que tenha praticado irregularidades na época da parceria do clube com a ISL.

– Se tentava aqui uma ação política que nada tinha a ver com a verdade dos fatos e a forma como este assunto deve ser averiguado – declarou, exaltando o resultado da votação. – Existe uma maioria que tem bom senso, que sabe a realidade das coisas e que, especialmente, sabe cumprir o estatuto e interpretá-lo. E foi isso que foi feito – declarou Guerreiro.