| 12/04/2007 14h10min
Um dos principais personagens da vitória do Botafogo sobre o Vasco pelas semifinais da Taça Rio, o árbitro Fábio Calábria, que foi muito criticado em vários lances polêmicos, se defendeu nesta quinta das acusações feitas por jogadores e dirigentes botafoguenses. Ele fez um balanço positivo de sua arbitragem.
– Classifico a minha arbitragem como positiva devido às características daquele jogo, onde tudo aconteceu. Foi uma partida muito corrida e com um placar elástico. Mas estive sempre em cima do lance e acho que acertei na maioria deles. A rivalidade entre os clubes e grandes e a pressão dos jogadores existe. Mas eu não me deixo levar por isso e os que tentaram me pressionar foram advertidos – disse Calábria.
Apesar de as câmeras de televisão terem flagrado que o volante Túlio apenas perguntou se o árbitro "estava louco" no lance de sua expulsão, Calábria garantiu ter sido ofendido pelo atleta alvinegro.
– Se tem uma coisa que prezo é o respeito ao árbitro dentro de campo e por isso mostrei o cartão vermelho para o Túlio – disse Calábria.
O árbitro também negou que tivesse existido excesso de rigor no lance que originou a expulsão do atacante vascaíno André Dias.
– Há uma determinação expressa de que os carrinhos por trás sejam coibidos com o cartão vermelho e apenas cumpri isso – disse Calábria.
O árbitro explicou os motivos que o levaram a esperar tanto tempo para iniciar as cobranças de pênaltis.
– A compreensão da imprensa não existiu. Os jornalistas cercaram o Romário e tive que falar com as autoridades policiais para esvaziar o campo. Mas isso acabou demorando muito tempo. Estava todo mundo focado no Romário e ninguém me ouvia naquele momento, por isso pedi que os policiais entrassem em campo – disse Calábria, negando que tenha demorado a autorizar as cobranças de pênaltis para ver se Romário se recuperava de um incômodo muscular.
Ele se negou a explicar os motivos que o levaram a escolher pelo gol onde estava a torcida do Vasco para as cobranças de pênaltis. A regra prevê que o árbitro tem o direito de escolher.
– Não há uma determinação expressa em relação a isso e foi uma questão pessoal. Não tenho que dar satisfação em relação a isso – disse Calábria.
O árbitro não quis se posicionar sobre as declarações do ex-presidente do Botafogo Carlos Augusto Montenegro, que mandou Calábria levar para casa "o calção de Romário" numa alusão as declarações dadas pelo próprio árbitro, que disse ter vontade levar para casa a bola do milésimo gol do Romário.
– Não tenho nada a declarar sobre isso. Acho que esse senhor deveria se preocupar em realizar o seu trabalho bem feito – disse Calábria.
GAZETA PRESS