Mais uma vez o racismo deu as caras no futebol europeu. E, desta vez, deixou seqüelas. Não durou dez minutos a partida entre Borac Cacak e Vozdovac, em Belgrado. Por causa dos torcedores do Borac, uma grande confusão deu início nas arquibancadas do estádio local, oito pessoas foram pressas e o jogo foi interrompido pouco após começar.

Alguns fãs do Borac foram ao estádio com capuzes iguais ao estilo Ku Klux Klan, conhecido grupo racista norte-americano. O alvo foi o jogador zimbabueano Mike Tawmanyera e sua família. Fazendo a saudação nazista ao africano, cantaram músicas ofendendo o atleta. A polícia local interveio e foi recebida a pedras pelos extremistas. Oito pessoas foram presas por crime de racismo e intolerância, enquanto 29 torcedores acabaram liberados após prestar depoimento. O número de feridos não foi divulgado, mas algumas pessoas deixaram o estádio sangrando.

Nos vestiários, Tawmanyera, atacante do Vozdovac, garantiu que a situação é inédita em sua carreira.

– Nunca tinha sido insultado por ser negro. Não que isso me seja surpreendente, mas me assustou o fato de terem ameaçado minha esposa e meu filho – garantiu.

As ofensas a Tawmanyera é o quinto caso registrado oficialmente de racismo nos estádio europeus, isso com apenas três meses de temporada. Foram duas ocorrências no futebol alemão, uma no espanhol, com a torcida do Zaragoza, e outra no italiano, na primeira partida da Lazio no estádio Olímpico, derrota de 2 a 1 para o Palermo, quando a torcida local cantou o hino italiano fazendo a saudação nazista.

GAZETA PRESS