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 | 09/10/2006 10h

Japão e EUA adotarão ações contra Coréia do Norte na ONU

Bush e Abe qualificaram o teste atômico como inaceitável

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, concordaram hoje em adotar ações decisivas no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) em resposta ao teste nuclear subterrâneo realizado pela Coréia do Norte neste domingo.

Em uma conversa telefônica entre os dois governantes e citada pela agência de notícias Kyodo, Bush e Abe coincidiram em qualificar o teste atômico como "inaceitável" e "grave desafio ao regime de não-proliferação" nuclear.

Japão e EUA devem apresentar um projeto de resolução ao Conselho de Segurança. Nesse projeto, se recorrerá ao Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas para invocar a imposição de sanções contra Pyongyang. As sanções poderão ser do tipo econômico, mas também não exclui o polêmico capítulo das opções militares.

China e Rússia deverão apoiar as sanções contra a Coréia do Norte. Em julho, quando o Conselho de Segurança aprovou uma resolução de condenação do país após o lançamento de sete mísseis balísticos, o Conselho teve que excluir o polêmico capítulo diante da oposição da China e da Rússia, últimos aliados de Pyongyang.

Hoje, a Coréia do Norte confirmou a realização do teste de arma nuclear por meio da agência oficial norte-coreana de notícias Korean Central News Agency (KCNA). O Ministério da Defesa sul-coreano indicou que o teste aconteceu na localidade de Hwadaeri às 10h36min (22h36min de domingo em Brasília). Segundo a agência AP, o Serviço Nacional de Inteligência da Coréia do Sul informou que a Coréia do Norte poderá realizar novos ensaios nucleares nos próximos dias.

As reações ao anúncio foram imediatas. Os governos de Seul, Tóquio e Washington pediram uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para dar uma resposta a Pyongyang. A Coréia do Sul suspendeu a ajuda de emergência a Coréia do Norte e colocou o exército em alerta.

O Ministério da Defesa da Rússia confirmou que as instalações de controle nuclear do país registraram uma explosão atômica na Coréia do Norte às 1h35 (22h35) de ontem. A Rússia pediu a Pyongyang que retorne ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear e chamou o embaixador norte-coreano em Moscou. A China disse estar absolutamente contra o teste nuclear efetuado pela Coréia do Norte.

A Presidência da União Européia (UE), que este semestre é exercida pela Finlândia, condenou duramente o teste nuclear e pediu à Coréia do Norte que abandone "todas as armas e programas nucleares". O presidente do Parlamento Europeu (PE), Josep Borrell, pediu hoje que o Conselho de Segurança da ONU responda "rápida e firmemente" ao teste nuclear. Borrell considerou a situação "gravemente preocupante", já que o regime de Pyongyang mostrou sua vontade "de não escutar os chamados da comunidade internacional" a favor da não-proliferação de armas nucleares.

Os governos de Austrália e Nova Zelândia também condenaram o teste nuclear. A Índia, país que dispõe de armas nucleares, também se posicionou contra a Coréia do Norte.

Segundo a agência do governo da Coréia do Norte, não houve vazamento de material radioativo. O país ignorou os diversos pedidos internacionais para que desistisse do teste e a advertência do Conselho de Segurança da ONU. A Coréia do Norte abandonou as conversas com EUA, Rússia, China, Japão e Coréia do Sul em novembro de 2005.

AGÊNCIA EFE

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