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Fazer as mãos e os pés em salões de beleza. Esse hábito tão normal entre milhares de mulheres pode causar uma exposição e riscos desnecessários, como o contágio da hepatite B e C, que ocorre na maioria das vezes por descuido desses profissionais que acabam tendo contato com o sangue ao manusear objetos cortantes.
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Além do alicate de cutícula, o palito de madeira utilizado para limpar a unha também pode ser um meio de contaminação entre os profissionais e clientes. A exposição à doença pela falta de cuidados com a esterilização dos instrumentos de trabalho e o desconhecimento sobre as maneiras de contágio da hepatite fazem aumentar o risco de transmissão da doença.
“O ideal é que cada pessoa leve o seu próprio material quando for ao manicure. Isso evitaria a transmissão não apenas da hepatite, mas também de outras doenças”, afirma o coordenador do Programa de Hepatites Virais da Secretaria de Estado da Saúde, Renato Lopes. “Porém, na impossibilidade de ter o próprio kit com material devemos ter outros cuidados para evitar a doença”, acrescenta.
De acordo com Lopes, outra forma de prevenção da doença em ambientes como esse é de averiguar a higiene do local. “Podemos nos prevenir avaliando bem o local onde vamos e os cuidados de higiene que esses profissionais tem em seus ambientes de trabalho, além de escolher salões com licenciamento da Vigilância Sanitária”, aconselha.
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Outro perigo é que os vírus da hepatite permanecem dias num aparelho como o alicate de unha se este não for devidamente esterilizado. “Mesmo em pequenos volumes o vírus pode contaminar uma pessoa que tenha um ferimento minúsculo”. Segundo Lopes, o HIV, por exemplo, também pode ser transmitido acidentalmente, mas é necessário um volume infinitamente maior de sangue.
Prevenção no Salão de Beleza
A esterilização do alicate de unha e outros equipamentos deve ser feita em pequenas estufas, como as usadas em hospitais e devem atingir, em média, 160º a 170º e por um período de no mínimo uma hora. O palito de madeira não tem como esterilizar e deve ser jogado fora.
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A Vigilância Sanitária fornece autorizações de funcionamento. Caso o salão seja aprovado, há um certificado que comprova a autorização de funcionamento. Para ter a garantia de estar em um estabelecimento regularizado, o consumidor poderá questionar em qualquer momento se o salão de beleza possuiu o certificado dado pela vigilância sanitária. Em Curitiba, por exemplo, o salão que for flagrado descumprindo normas de funcionamento recebe multas que podem variar de R$ 133 a R$ 4 mil.
Hepatites B e C em Curitiba
Nos últimos quatro anos, mais de 6 mil pessoas foram diagnosticadas e notificadas com a doença em todo o estado. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença pode acometer cerca de 1% da população mundial. “Muitas pessoas têm a doença e nem sequer imaginam que são portadoras, pois não apresentam sintomas”, conclui Lopes. A doença, se não cuidada, pode evoluir para cirrose e até mesmo para o câncer de fígado.
Fonte: Agência Estadual de Notícias - Estado do Paraná
Outros possíveis problemas |
Infecções |
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A limpeza malfeita e a falta de esterilização favorecem a proliferação de bactérias nos instrumentos de manicure, o que pode causar infecções locais. Outra possibilidade é a de surtos com bactérias mais fortes que levam a infecções generalizadas, como a microbactéria. |
Micoses |
Podem ser causadas pelo contato com objetos usados pela manicure. Esse tipo de doença não leva a problemas mais graves de saúde, mas é incômodo e tem tratamento longo e difícil. |
HIV |
O contato com o sangue possibilita o contágio com o vírus da Aids. Mas o risco de contaminação é muito baixo, já que o HIV não sobrevive por muito tempo fora do corpo humano. |
Previna-se |
Alicate |
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Usado para retirar o excesso de cutícula, entra facilmente em contato com o sangue do cliente. Deve ser de aço inoxidável, estar sempre bem afiado e ser esterilizado após cada uso. |
Lixa de unha e de pés |
As das mãos são obrigatoriamente descartáveis. As dos pés, preferencialmente descartáveis, também podem ser lavadas com água e sabão, escovadas e colocadas numa solução de água e hipoclorito (água sanitária). |
Toalha |
Para secar as mãos e pés, são descartáveis. As de tecido devem ser usadas apenas para apoio. |
Touca para bacia das mãos e dos pés |
Caso as próprias bacias com a água usada para amaciar a pele das mãos e dos pés não sejam descartáveis, toucas podem revestir os recipientes. |
Luva para spa sem água |
Alguns salões mudaram o procedimento de manicure para evitar contágio de bactérias e facilitar o trabalho das profissionais. Usam, no lugar de bacias com água quente, luvas de plástico com cremes especiais para hidratar, desinfectar e amolecer a pele de mãos e pés. |
Palitos e espátulas |
Usados para empurrar a cutícula, finalizar a limpeza e pintura das unhas, entram em contato com a pele e, muitas vezes, com o sangue. Precisam ser descartáveis ou esterilizados a cada uso. |
Esmalte |
Não é considerado um veículo de contaminação por conta da composição química, que não favorece a proliferação de fungos e bactérias ou vírus. Mas é preciso atenção ao prazo de validade e ao número do registro do Ministério da Saúde. |
Os vírus da hepatite permanecem dias num aparelho como o alicate de unha se este não for devidamente esterilizado
Foto:
SESA/AENPR
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