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Cabelos em queda livre

Na maioria dos casos, a queda de cabelo feminina é mais um sintoma do que um problema em si

Se para o homem a sensação já não é das mais agradáveis, para a mulher, constatar que está perdendo os cabelos é o horror. Madeixas saudáveis e reluzentes compõem um ideal de feminilidade e beleza que cultivamos há séculos; por isso, só a perspectiva de ficar sem elas é motivo de angústia para muitas.

O que você faz para evitar a queda de cabelo?

Mas nem sempre há razão para tanto pânico. Na verdade, na maioria das vezes, a alopecia (como é chamada a calvície), nas mulheres, é reversível e está ligada a fatores externos, como stress ou alimentação inadequada – ao contrário da calvície masculina, que em 95% dos casos é culpa dos genes.

É fato que o número de mulheres que procuram o dermatologista preocupadas com a queda dos cabelos tem aumentado. “Podemos dizer que houve um incremento de mais de 50% nos últimos 10 anos”, calcula o tricologista – profissional especialista em cabelos - Valcinir Bedin.

Antes de correr para o consultório, é bom ter em mente que nem todo cabelo que cai é motivo para pânico. De modo geral, é normal perder entre 50 e 100 fios ao dia.

Parece muito, mas não é: em média, uma cabeleira saudável é composta por cerca de cem mil fios. Desse total, 20% já não crescem mais e caem, para que outros possam nascer. Os 80% restantes continuam crescendo por até seis anos. E cada fio de cabelo tem um ciclo de vida independente. Se não fosse assim, ficaríamos carecas algumas vezes ao longo da vida, sem maiores dramas.

Questão de proporção
Contar os fios que caem um a um não é nada prático. Por isso, para tirar a prova, depois de desembaraçar os cabelos, deslize os dedos por entre os fios três vezes. Se na terceira eles continuarem se soltando aos tufos, pode ser sinal de que algo não vai bem.

Hora de procurar o dermatologista. “Também é importante determinar se o organismo está repondo os cabelos que caem. Se alguém perde 50 fios por dia, mas só repõe 30, temos um quadro de queda”, explica o dermatologista Ademir Júnior, presidente do Grupo de Apoio e Pesquisa em Calvície. “Da mesma forma, quem perde 200 fios, mas produz outros 200 para compensar, não tem motivo para preocupação”.

Mudanças de volume, textura e cor também devem ser investigadas. O mais importante é entender que, na mulher, a queda de cabelo é mais um sintoma do que um problema em si.

O corpo se manifesta
Cabelos em queda livre podem indicar uma série de complicações, muitas vezes relacionadas aos males do século XXI: estresse, ansiedade, depressão, anorexia; assim como gripes fortes, cirurgias, anemias, desequilíbrios hormonais e qualquer situação que resulte em perdas consideráveis de sangue.  A menstruação, por exemplo. “Muitas mulheres que reclamam de queda de cabelo apresentam deficiência de ferro”, explica Júnior.

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Para determinar as causas, o especialista deve examinar tanto o couro cabeludo, em busca de descamações, feridas ou alergias, quanto o fio de cabelo. Testes complementares – de sangue, hormônios, vitaminas – também são fundamentais para o diagnóstico, que por sua vez, vai determinar o tratamento.

Diferentemente dos homens, que têm o transplante capilar como recurso final, as mulheres podem se tratar, pois as causas são sempre reais e não genéticas”, conclui Valcinir Bedin. “Cabe ao médico descobri-las e tratá-las”.




Atenção para as causas mais comuns
-  Falta de vitaminas B e C e dos minerais zinco, ferro e enxofre. Cuidado! Dietas radicais sem acompanhamento médico fazem perder cabelo. Para se proteger, inclua no seu cardápio frutas, verduras e cereais integrais, que são ricos em vitaminas e sais minerais;

- Um choque emocional é outra causa muito comum de perda de cabelos, que geralmente aparece cerca de duas semanas depois que o trauma aconteceu;

- Estresse;

- Alterações hormonais. Nos períodos pré ou pós-menstrual, é comum perder mais fios. A pílula anticoncepcional também pode afetar o crescimento do cabelo. Mulheres que produzem testosterona em excesso costumam reclamar de queda. Mas é durante a gravidez que o problema se intensifica. Durante os nove meses de gestação, ou nas duas ou três semanas após o parto, a perda pode chegar a 30 mil fios. Mas, assim que os níveis hormonais voltam ao normal, o cabelo pára de cair;

- Doenças, medicamentos ou tratamentos de saúde também podem causar a queda. Nesse caso, converse com seu médico e peça orientação. O dermatologista também deve ser procurado, e o quanto antes, se você notar que o cabelo está solto, caindo em enorme quantidade, rapidamente e por toda a cabeça, o que caracteriza uma condição chamada alopecia androgênica.

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