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A vacina contra o HPV (Human Papilloma Virus ou Papilomavírus Humano) foi liberada no Brasil para o uso de meninas e mulheres entre nove e 26 anos em agosto de 2006. Desde então, muito tem se discutido sobre a liberação da vacina também para o público masculino, além da liberação para mulheres com mais de 26 anos. Em outubro do ano passado a polêmica tomou força devido à liberação da vacina masculina pelo FDA, agência que regula os medicamentos nos Estados Unidos, órgão comparado à ANVISA (Agência de Vigilância Sanitária) no Brasil. O FDA justificou a liberação com base em pesquisas que mostram que o HPV pode influenciar o surgimento de tumores no pênis, no ânus e também o câncer de cabeça e pescoço, mais comuns em homens.
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A Merck Sharp & Dohme, um dos fabricantes da vacina, entrou com um pedido na ANVISA para tentar aprovar o produto para garotos e jovens de 9 a 26 anos, a faixa etária na qual ela foi testada. A resposta ainda não saiu. Enquanto a vacina não é liberada no Brasil, ela não deveria ser usada por meninos sem recomendação médica.
Segundo Jaime Rocha, infectologista do Frischmann Aisengart / DASA, mesmo que os rapazes não sofram problemas decorrentes do HPV, a vacinação deles é justificável porque interromperia a cadeia de transmissão do vírus. O especialista comenta que nem os casais que usam camisinha estão completamente protegidos. “O HPV pode se alojar em regiões que o preservativo não cobre (como o escroto e o ânus) e ser transmitido facilmente. É por isso que vacinar meninos e meninas seria a estratégia de saúde pública mais interessante”, diz.
Rocha explica que o vírus HPV é a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente que existe, atingindo, em algum momento da vida, 75% das pessoas sexualmente ativas. Um estudo internacional realizado em 2008 no Brasil, no México e nos Estados Unidos com 4,2 mil homens entre 18 e 70 anos revelou que 72% dos brasileiros têm o vírus. O HPV é adquirido durante o sexo (oral, vaginal ou anal) e responde por mais de 99% dos casos de câncer do colo do útero, o segundo tipo de tumor mais frequente entre as brasileiras, atrás apenas do câncer de mama. “A vacina foi desenvolvida para o uso nas mulheres principalmente para prevenir o risco de câncer do colo do útero”, diz o médico.
As lesões provocadas por esse vírus são conhecidas como verruga genital e podem acontecer na região genital de ambos os sexos. A vacina é preventiva contra os quatro principais tipos de HPV, criando anticorpos e proteção efetiva contra a doença. A recomendação é para a aplicação antes ou no início da atividade sexual, com base no critério da imunogenicidade (formação de anticorpos). Um estudo realizado no Rio de Janeiro pela Fiocruz com 403 garotas revelou que, um ano após o início da vida sexual, 24% delas já apresentam lesões causadas pelo HPV.
Até o ano passado, os países que já tinham vacina masculina liberada eram, em ordem alfabética: Argentina, Áustria, Alemanha, Bélgica, Bulgária, Costa Rica, Ciprus, República Tcheca, Dinamarca, Equador, El Salvador, Estônia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Filipinas, Grécia, Guatemala, Honduras, Hungria, Holanda, Inglaterra, Indonésia, Islândia, Irlanda, Itália, Latvia, Líbano, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, México, Nicarágua, Noruega, Panamá, Polônia, Portugal, Romênia, Suécia e Tailândia.
(Fonte: Talk Comunicação)
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