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 | 17/10/2005 18h06min

Greenpeace relaciona seca no Amazonas ao desmatamento

ONG pede ações de combate à destruição da floresta amazônica

A seca forte e prolongada que atinge o Amazonas está ligada ao desmatamento e às queimadas, afirma ocoordenador da Campanha de Clima da organização não-governamental Greenpeace, Carlos Rittl.

– Metade da chuva que é formada na região amazônica depende da floresta. Em contato com ela, a água das chuvas evapora antes de atingir o solo. Além disso, as árvores também transpiram. Quando você desmata, prejudica a formação das nuvens – diz.

Segundo os meteorologistas do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), dois pontos de aquecimento no oceano Atlântico seriam os grandes responsáveis pela estiagem – ao provocar chuvas sobre o oceano, eles empurrariam as massas de ar frio sobre a Amazônia, e esse movimento inibiria a formação de nuvens sobre a região.

– Esse é o fator global, que está ligado ao efeito estufa. Mas há o fator local, que são as queimadas e o desmatamento. A própria fumaça das queimadas altera a composição das nuvens – argumenta Rittl.

Ele destaca que 75% das emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa no Brasil vêm das queimadas e do desmatamento.

– É nossa contribuição para o aquecimento global. As temperaturas mais altas aumentam o desgelo dos rios dos Andes, que alimentam a Bacia Amazônica. Mas provocam também o aquecimento do oceano Atlântico, que inibe as chuvas. O fluxo de águas proveniente do desgelo não supera a falta de chuvas. Além disso, no caso dos igarapés e lagos, as chuvas são a principal fonte de abastecimento.

É na beira desses igarapés (pequenos rios afluentes) e lagos que vivem as 32 mil famílias que estão isoladas, segundo levantamento da Defesa Civil Estadual. Uma equipe do Greenpeace sobrevoou os principais municípios castigados pela seca e percorreu outros de carro.

– Há rios e lagos onde o nível das águas está 80% abaixo do normal. A gente passou de carro pelo fundo de alguns lagos, que viraram simples riachos. Na beira deles, havia muitos peixes mortos. Isso contamina a água que resta e compromete o abastecimento da população.

Nos últimos 35 anos, segundo nota do Greenpeace, a Amazônia Brasileira já perdeu quase 17% de sua cobertura florestal devido principalmente à expansão da agropecuária e à exploração ilegal de madeira.

Para o Greenpeace, "o Brasil precisa adotar metas urgentes e concretas de redução do desmatamento e, conseqüentemente, das emissões de gases do efeito estufa, se quiser barrar os efeitos perversos do aquecimento global". Além disso, a organização defende que o país lidere, "na próxima reunião da Convenção da Biodiversidade (CBD), em março de 2006, os esforços de governos de todo o mundo para criar uma rede de áreas protegidas destinadas a preservar a diversidade biológica, as comunidades tradicionais e sua cultura".

AGÊNCIA BRASIL
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