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 | 17/11/2010 18h45min

Aliados do governo sugerem legalizar bingo para financiar saúde e aumentar salário

Medida foi sugerida por deputados para evitar a criação de um novo imposto para arrecadas recursos à saúde pública

Em reunião fechada do conselho político do governo, líderes aliados pressionaram o Planalto a defender a legalização dos bingos com o intuito de usar parte dos recursos do jogo para a saúde ou para o aumento do salário mínimo. O líder do PR, deputado Sandro Mabel, propôs que o dinheiro de parte da arrecadação dos bingos fosse para a saúde, a fim de evitar que o governo crie um novo imposto.

O líder do PDT, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, disse que os recursos poderiam ajudar a pagar um valor maior para o salário mínimo. As declarações foram vazadas pelo sistema interno de som do Palácio do Planalto.

O relator do projeto de Orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF), avisou que "tem margem" para subir o salário mínimo em 2011, mas avisou que o ministro da Previdência, Carlos Gabas, pediu que "segurasse em R$ 540" para evitar problemas às prefeituras, que não terão como pagar os novos valores. Segundo Argello, se o mínimo ficar entre R$ 560 a R$ 600, vai bater no pico de R$ 700 no ano que vem e já tem abaixo assinado de mais de 600 prefeituras contra o reajuste.

Mabel chegou a ironizar o aumento do poder aquisitivo da população.

— Paulinho, nesta questão do aumento do salário, precisa tomar cuidado. O povo quando fica rico, fica mais exigente — afirmou.

Pouco antes da discussão do salário mínimo, o deputado Paulinho da Força chegou a ameaçar o futuro governo de Dilma Rousseff com uma greve nacional das polícias militares caso a PEC 300, que fixa o piso de R$ 3.200 para os policiais militares e bombeiros dos Estados, não seja aprovada.

Paulinho fez a advertência após ouvir do líder do PT, deputado Cândido Vaccarezza (SP), que era melhor que este assunto fosse conversado somente no próximo ano pela presidente Dilma e os governadores.

— É preciso continuar firme e não permitir que se crie dificuldades para o novo governo — afirmou o petista.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, um dos que falou pelo governo, pediu aos parlamentares da base aliada que "não aprovassem projetos que implicassem em aumento de gastos", referindo-se não só à PEC 300, mas ao aumento do judiciário. Segundo o ministro, a PEC 300 geraria gastos de R$ 43,5 bilhões por ano. Ele reclamou que o impacto do judiciário é de R$ 7 bilhões e também que muitos servidores recebem além do teto.

— Como vai dar reajuste se o cara ganha mais que o teto?"

O som da reunião foi cortado pouco depois da chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Agência Estado

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