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 | 11/11/2010 03h58min

Transição no RS: PT luta para frear projetos de Yeda

Desconfortáveis com propostas na modalidade de parceria público-privada, apoiadores de Tarso ameaçam recorrer ao Ministério Público

Após dois dias de aparente tranquilidade, o clima da transição do governo estadual já começa a se acalorar. Líderes do PT e da equipe do governador eleito Tarso Genro (PT) evidenciam aversão em relação aos principais projetos que a governadora atual, Yeda Crusius (PSDB), vem encaminhando.

Depois que o presidente estadual petista, deputado Raul Pont, anunciou que invocará o Ministério Público para derrubar as propostas, Yeda disse ontem que ninguém precisa" apelar para o tapetão".

Os projetos se referem às parcerias público-privadas (PPPs) que a governadora pretende selar. São três: a revitalização do cais da Capital, a edificação do complexo prisional em Canoas e a construção da RS-010, na Região Metropolitana (veja detalhes no quadro abaixo).

Enquanto Pont exige a revisão de contratos e dos editais de licitação, Tarso prefere assumir publicamente o discurso da cautela. Diz que a atuação do deputado nada teria a ver com sua própria conduta: 

— A função parlamentar se desenvolve de maneira autônoma em relação ao próximo governo.

Mas o coordenador da equipe de transição petista, Carlos Pestana – que será o chefe da Casa Civil no governo Tarso Genro –, apresenta a verdadeira interpretação para o episódio: 

— Diferença de papéis não significa diferença de opiniões.

Nos bastidores do PT, líderes do partido assumem que Tarso mantém a postura de evitar qualquer desgaste ou antipatia da população. Seria mais racional, portanto, que o presidente da sigla fosse o responsável pelos ataques. Sobre o Cais Mauá, por exemplo, Pont desconsidera o valor que o Estado receberia da empresa que alugaria o local. 

— Eu acho ridículo esse valor, de R$ 2,5 milhões. É evidente que é muito baixo, é ridículo — afirma o deputado.

Ele lidera um movimento do Comitê Gaúcho de Controle Social para levar ao Ministério Público uma representação para derrubar o edital da RS-010. Segundo Pont, há uma "flagrante contradição" com a Lei de Responsabilidade Fiscal, já que o projeto de Yeda prevê que, nos próximos 20 anos, o Estado pagará um ressarcimento à construtora.

Em seu Twitter, na manhã de ontem, a governadora reagiu: "Estamos às ordens para discutir os avanços que as PPPs representam, feitas com a ‘licença social’ devida, por audiências públicas e consultas sem fim.Não precisam apelar para o tapetão antes disso, porque estamos às ordens".

Secretário diz que prefeitos petistas aprovaram RS-010

Secretário atual do Planejamento, José Alfredo Parode buscou expor contradições do PT:

— O projeto da RS-010 teve aprovação unânime dos municípios que serão beneficiados, entre eles São Leopoldo, Canoas, Novo Hamburgo e Esteio, todos administrados pelo PT. O deputado Raul Pont questiona uma questão sem muito fundamento.

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