Apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, o deputado federal Indio da Costa, o vice de José Serra (PSDB), tem raízes no Rio Grande do Sul. É filho do arquiteto Luiz Eduardo Indio da Costa e primo do escritor Simões Lopes Neto, ambos naturais de Pelotas. A ligação com o Estado foi evidenciada pelo candidato, filiado ao Democratas (DEM), nas duas ocasiões em que visitou municípios gaúchos em campanha pela eleição presidencial.

Por conta da personalidade voluntariosa, durante o primeiro turno, fez declarações polêmicas ao passar por Pelotas e Porto Alegre.

No sul do Estado, afirmou que a "turma do mensalão" estava com a adversária Dilma Rousseff (PT) e que o partido da candidata "conversava com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)".

No outro dia, na Capital, mesmo ciente de que estava no berço do brizolismo, relatou a apoiadores que "tem horror" a Leonel Brizola, considerado por ele "um péssimo gestor que arrasou o Rio de Janeiro".

— O sujeito que mora em uma favela sofre. E sofre porque, em algum dia, disseram para ele: “Vai, ocupa, que eu cuido de você”. E era mentira — disse Indio, na ocasião, referindo-se ao ex-governador gaúcho.

Na última passagem pelo Estado, fez caravana no Norte por dois dias. Desta vez, afirmou que quer ser um vice diferente e viajar o Brasil:

— Ao lado de Serra, vou dar minha alma pelo país. Tudo o que quero é ser instrumento de Deus e das pessoas para mudar o Brasil — disse, em Carazinho.

Precoce na política, foi eleito vereador do Rio de Janeiro aos 26 anos pelo PFL (hoje DEM). Aos 31, era secretário de Administração Pública da prefeitura, então comandada por seu padrinho político Cesar Maia.

Advogado e pós-graduado em Políticas Públicas, Indio é conhecido por ter relatado o projeto de lei Ficha Limpa na Câmara Federal.

Aos 40 anos, completados no último dia 20, considera-se um sobrevivente. Em 2003, por acaso, descobriu que tinha um aneurisma cerebral congênito e ficou 10 horas em uma mesa de cirurgia. Desde então, diz que mudou de vida e deixou para trás o comportamento agressivo com que antes tratava os adversários políticos.