Eleições | 28/10/2010 03h47min
O alvoroço entre as correntes do PT para garantir lugar no secretariado de Tarso Genro levou o governador eleito a dar um ultimato. Se não houver um consenso para equilibrar as forças, avisou: irá “arbitrar”.
Ontem, além de confirmar o empresário Mauro Knijnik na Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) – autarquia que será criada –, Tarso passou a manhã conversando com representantes de diferentes grupos e também com outros partidos.
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O desafio é harmonizar as principais tendências internas no núcleo que irá rodeá-lo no Piratini, a chamada Mensagem ao Partido e a Construindo um Novo Brasil (CNB). Como já anunciou nomes para a Secretaria-Geral de Governo e para a secretaria extraordinária executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – Estilac Xavier e Marcelo Danéris, respectivamente, ambos de subgrupos da Mensagem ao Partido –, a Casa Civil passa a ser o alvo das disputas.
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Tarso já teria escolhido o ex-vereador e coordenador de sua campanha para a função, Carlos Pestana, por preferir um perfil mais executivo e “operador”, mas sofre pressões internas. Além de Pestana (da corrente DS, que integra a Mensagem ao Partido), é cotado o deputado federal Henrique Fontana, considerado um nome com maior peso político, mas que pertence ao mesmo subgrupo de Danéris – portanto, já contemplado.
Ontem, em uma reunião da CNB com Tarso, a corrente defendeu que o deputado estadual Adão Villaverde vá para a Casa Civil – embora o governador eleito já tenha sinalizado que prefere Villaverde como líder do governo na Assembleia ou como presidente do Legislativo.
— Danéris e Pestana não conseguiram se reeleger nem são os nomes mais expressivos em suas correntes — reclamou um integrante da CNB.
Na reunião, Tarso usou uma frase que repetiu mais tarde em entrevista antes de sua palestra na Federasul:
— Não é primeiro-ministro que vou ter na Casa Civil. Vamos compor equipe no centro de governo.
Comissão deve apaziguar ânimos entre tendências
Outro fator que pesa na escolha seria a já definição de colocar o ex-superintendente da Assembleia João Motta, também da CNB, na Secretaria do Planejamento – o que dificulta a colocação de outros indicados pela corrente em áreas centrais.
— Tarso entende que é preciso manter o PT unificado, mas não vai aceitar ficar refém do partido. Disse que não irá contentar todo mundo — contou um dos interlocutores próximos a ele.
Uma das formas encontradas para evitar que as decisões gerem mal-estar é a formação de uma comissão do partido, composta por representantes de cada uma das correntes, para apaziguar os ânimos em casa.
Novos secretários projetam governo:
Beto Albuquerque
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