Em Rio Grande para a inauguração do Polo Naval, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repercutiu a confusão entre militantes no Rio de Janeiro na quarta-feira, na qual o candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, foi atingido por um objeto na cabeça.

— A mentira produzida ontem (quarta) pela equipe de publicidade de Serra é uma coisa vergonhosa. Ontem, deveria ter sido decretado o dia da mentira. Assistam, é uma mentira mais grave do que a mentira contada por Rojas, do Chile, dizendo que um foguete o tinha machucado no Maracanã (referindo-se à farsa de goleiro chileno, nas Eliminatórias para a Copa de 1990).

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Lula afirmou que a suposta bola de papel não havia nem sido notada por Serra, até ele receber, segundo o presidente, um telefonema para criar o "factoide". 

— Mentira tem perna curta — prosseguiu Lula. — Nenhum candidato tem o direito de mentir de forma descarada como foi ontem, achando que, do outro lado da tela, existem pessoas que não entendem nada.

Questionado sobre a polêmica envolvendo quebra de sigilo da Receita Federal da qual o jornalista Amaury Ribeiro Jr. seria participante, Lula disse que, como presidente, era complicado comentar um inquérito que ainda não está concluído. No entanto, afirmou que, pelos dados apurados pela investigação, o caso seria uma "briga entre tucanos". 

— Mas tentaram jogar para cima do coitado do PT, que sempre é o bode expiatório — analisou o presidente.

Além do compromisso em Rio Grande, o presidente cumpre agenda do governo em Pelotas. Depois, Lula se une à candidata Dilma Rousseff em comício em Caxias do Sul, previsto para as 19h30min.