Em entrevista ao Jornal Nacional na noite desta segunda-feira, a candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, afirmou que "ninguém controla o governo inteiro". A declaração foi dada pela petista ao ser questionada sobre as denúncias de tráfico de influência e nepotismo contra a sua sucessora na Casa Civil, a ex-ministra Erenice Guerra.

— As pessoas erram em todos os governo. A diferença é a atitude de cada governo em relação ao erro. A nossa atitude e de investigar e punir. O que você precisa garantir é a investigação. Ninguém controla o governo inteiro — disse.

Ao responder a pergunta sobre sua sucessora, Dilma disse que, diferente do episódio da Erenice, o caso envolvendo o ex-diretor da Dersa e um dos principais assessores de Serra, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, não foi investigado até o momento. Ele é acusado por líderes do PSDB de desviar R$ 4 milhões doados para um suposto caixa 2 da campanha do presidenciável.

— Até agora, não houve investigação e nenhum processo, pelo contrário. Há uma indiferença entre quem investiga e pune e quem acoberta e cria uma sensação de impunidade. Essa é a nossa diferença. O governo é como uma empresa. Ninguém sabe de tudo da empresa, mas precisa ter mecanismos para, em havendo irregularidades, investigar e punir.

Questionada sobre mudança de opinião sobre o aborto, a petista afirmou que houve "muita confusão" sobre o tema. Afirmou que, pessoalmente, é contrária ao procedimento, declarando ser uma violência contra a mulher realizada em situações limite.

— O que acontece é que o presidente não pode fingir que as 3,5 milhões de mulheres que recorrem ao aborto não existe, e que fazem em situação muito precária, com casos de morte. Você não pode prende-las. Você precisa cuidá-las — afirmou, completando que escreveu uma carta a religiosos e ao povo brasileiro informando que acredita que a legislação atual sobre o assunto pode ser mantida.