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Eleições  | 08/10/2010 04h00min

Discussões religiosas e éticas devem marcar segundo turno

Na propaganda de TV, Dilma tentará recuperar votos perdidos por conta da polêmica do aborto

Vivian Eichler

A largada da segunda etapa da campanha eleitoral parece passar, literalmente, pelas mãos de Deus e não pelo debate de propostas. Depois de identificar perda de votos entre setores ligados a igrejas, Dilma Rousseff (PT) se lançou em uma operação para se descolar de embates em torno de discussões éticas e religiosas como aborto e fé.

Apesar de apoiadores de Dilma atribuírem a adversários a responsabilidade pelo que chamam de falsa polêmica em torno de declarações de que ela seria favorável ao aborto, a preocupação se pulverizou entre as ações de campanha. Um dos objetivos é livrar-se da pauta religiosa para poder ingressar na estratégia de comparações entre os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso.

Hoje, o primeiro programa de TV da candidata na volta do horário eleitoral deverá enfatizar o discurso da valorização da vida. A preocupação se estendeu, inclusive, às minúcias da campanha nos municípios. No Rio Grande do Sul, os prefeitos engajados receberam dos coordenadores a tarefa de visitar líderes religiosos em seus municípios para “desmistificar boatos difamatórios”, na descrição do prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT).

> Para saber mais sobre o assunto e ler uma entrevista com o sociólogo da PUCRS Ricardo Mariano confira a reportagem completa na edição de Zero Hora desta sexta-feira

Mais do que uma polêmica pontual desta eleição, a mescla entre religião e política é um fenômeno preocupante na sociedade, na opinião do professor de psicologia social da UFRGS Pedrinho Guareschi:

– Na medida em que falta educação crítica para a população, inclusive para compreender o papel da política e dos grupos religiosos, começam a se misturar as coisas.

O pastor Silas Malafaia, vice-presidente do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (Cimeb), ressalta que o eleitor precisa saber o que o PT defendeu nos últimos quatro anos:

– Não devemos prestar atenção apenas ao que dizem agora, porque agora é só o aspecto eleitoreiro.

O teólogo Luiz Carlos Susin considera a entrada de líderes religiosos na eleição o retorno do “voto de cabresto:

– É uma postura que volta para os currais eleitorais, só que de forma religiosa. Não é um bom sinal. É uma espécie de coronelismo religioso.

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