Eleições | 05/10/2010 13h09min
Diante da incerteza de apoio da senadora Marina Silva (PV) no segundo turno das eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seis governadores aliados avaliaram nesta terça-feira que a campanha da petista Dilma Rousseff deve ir atrás logo do eleitorado da ex-candidata. Em reunião pela manhã no Palácio da Alvorada, o grupo deixou claro que vai orientar, ao mesmo tempo, os aliados que têm boa relação com Marina a intensificar as conversas com a senadora, reconhecida como figura importante no jogo sucessório.
— A campanha tem de dialogar com o eleitor dela. Todos que conhecerem a Marina precisam procurá-la, a própria Dilma tem bom contato com ela — afirmou o senador e governador eleito do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), um dos participantes do encontro.
Casagrande relatou que o grupo avalia que a campanha de Dilma não pode ficar refém de temas religiosos, como a discussão sobre o aborto. A candidata, segundo o senador, deve reafirmar sempre sua posição sobre o assunto, mas tem de centrar no projeto político do presidente Lula.
No primeiro turno das eleições, Dilma se reuniu com representantes de igrejas evangélicas para dizer que era contra o debate sobre o plebiscito para liberar a interrupção da gravidez.
— É preciso deixar claro que a disputa é de projeto político. Dilma não pode ficar presa a um tema religioso, ela tem de tocar a vida — afirmou Casagrande.
Lula não tem "perspectiva" de se afastar do governo para entrar de corpo e alma na campanha, como sugerem aliados como o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB). A tendência é o presidente continuar suas viagens pelo País, inaugurando obras e participando de comícios de aliados, com ou sem a presença de Dilma. Renato Casagrande relatou que Lula está "muito" animado e voltou a pedir empenho dos aliados na campanha.
— O presidente e o grupo avaliam que Dilma tem que aproveitar a oportunidade para apresentar o seu projeto político. É preciso ir para as ruas — disse o senador.
Também participaram do encontro no Alvorada o governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, os governadores reeleitos Omar Aziz (Amazonas), Cid Gomes (Ceará), Marcelo Déda (Sergipe) e Eduardo Campos (Pernambuco). Ainda estiveram no Palácio os deputados Ciro Gomes (PSB-CE), Armando Monteiro (PTB-PE) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), os senadores Paulo Paim (PT-RS), Edison Lobão (PMDB-MA), Epitácio Cafeteira (PTB-MA), Renan Calheiros (PMDB-AL), Valdir Raupp (RO), Delcídio Amaral (PT-MS) e Cristovam Buarque (PT-DF).
Na segunda-feira, após se reunir com Dilma, em Brasília, o governador reeleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse em entrevista que a campanha petista tinha de buscar o eleitorado de Marina e reforçar as semelhanças dos projetos do PV.
— As trilhas e caminhos da Marina estão muito mais próximos das trilhas (de Dilma) do que dos do outro candidato — avaliou o governador, referindo-se ao adversário tucano José Serra (PSDB).
Lula reuniu-se com grupo de apoiadores da candidatura de Dilma nesta manhã
Foto:
Antonio Paz, ABr
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Divulgação
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