Eleições | 05/10/2010 09h11min
O mapa do desempenho eleitoral dos candidatos a governador no Rio Grande do Sul mostra que a vitória de Tarso Genro no primeiro turno foi assegurada graças ao aniquilamento dos adversários nos maiores municípios gaúchos.
Nos 10 maiores colégios eleitorais do Estado, o governador eleito teve desempenhos que variam de 50,89% dos votos válidos em Caxias do Sul a 63,42% em São Leopoldo. Nesse universo, os índices de José Fogaça variam de 16,66% em Rio Grande a 32,5% em Caxias. Yeda Crusius variou de 13,03% em São Leopoldo a 19,93% Santa Maria.
Veja a força de cada candidato nos maiores eleitorados
A vitória de Tarso começou a ser desenhada há dois anos, nas eleições municipais de 2008. Foi quando seu partido obteve um desempenho acima da média na Região Metropolitana e elegeu quase todos os prefeitos do eixo da BR-116. Nas eleições do domingo, Tarso conseguiu repetir a performance do PT em 2008 e exibiu seus melhores percentuais nos municípios que margeiam o trecho metropolitano da rodovia: entre Canoas e Novo Hamburgo, foram quase 350 mil votos. Na maioria das cidades, o candidato petista abocanhou mais de 60% dos votos válidos – em Sapucaia do Sul, o índice bateu em 67,8%. Somando ao desempenho em Porto Alegre, Tarso obteve mais de 1,5 milhão de votos na região metropolitana – praticamente a metade da votação que obteve no Estado.
O melhor índice de Fogaça na Região Metropolitana foi alcançado em Canoas, com 22,85% dos votos válidos – desempenho inferior ao percentual médio obtido pelo candidato no Estado, de 24,74%.
— O problema central no desempenho do Fogaça foi mesmo o voto urbano, nos grandes centros. São áreas que foram muito influenciadas pelas candidaturas presidenciais — lamentou o coordenador-executivo da campanha do peemedebista, Clóvis Magalhães.
Como Fogaça não se definiu por nenhum candidato à Presidência, a avaliação de Magalhães é de que o prejuízo com a neutralidade se tornou irreversível. O coordenador cita os casos de Passo Fundo e de Santa Maria, onde o peemedebista tinha aliados importantes. Em Santa Maria por exemplo, governada pelo PMDB, Fogaça fez 21,4% dos votos válidos.
Yeda só foi a mais votada em 12 das 496 cidades
Analisados os resultados das urnas no Estado, fica claro que a principal aposta de Yeda Crusius (PSDB) para tentar chegar ao segundo turno, em parte, fracassou.
A campanha da governadora acreditava que o Interior poderia conduzi-la à reeleição, mas ela foi a mais votada em doze cidades, todas com menos de 5 mil eleitores. Sobre o candidato do PMDB, José Fogaça, a governadora obteve vantagem em apenas 144 dos 496 municípios do Estado.
O deputado Cláudio Diaz, coordenador da campanha de Yeda, reconhece que a candidata não andou bem nas áreas urbanas do Estado. Mas o parlamentar prefere atribuir o desempenho a fatores externos da campanha, como a perseguição política à governadora.
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