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Eleições  | 05/10/2010 08h23min

Após derrota nas urnas, PMDB busca um líder para reerguer a sigla

Afastamento de Simon da presidência do partido também marca a situação do PMBD após o período eleitoral

Paulo Germano  |  paulo.germano@zerohora.com.br

O que é o PMDB gaúcho hoje? Seu grande mentor abandonou o comando. Seus principais líderes fracassaram nas urnas. Suas bandeiras, ninguém mais reconhece. Suas disputas internas revelaram sabotagens. O partido sai da eleição tateando no escuro. Fica como convicção apenas o fim de uma longa era: Pedro Simon, o símbolo maior da legenda no Estado, anunciou o afastamento da presidência sem formar substituto.

É a primeira evidência de que o PMDB, ao menos por enquanto, é uma sigla acéfala. Simon é um caso raro de político que manteve o comando de um partido por décadas sem se tornar um coronel do estilo tradicional, como Antonio Carlos Magalhães (1927-2007) na Bahia ou José Sarney (PMDB-AP) no Maranhão e no Amapá. No domingo à noite, o senador surpreendeu jornalistas ao dizer que deixaria a presidência estadual da sigla.

Na foto abaixo, a cúpula do PMDB no dia da derrota no pleito estadual:


Simon apenas antecipou-se a uma tendência após o fracasso do PMDB gaúcho nas eleições. Quando tudo dá errado no partido, troca-se o comando. Deputados da sigla dizem que José Fogaça era o queridinho do senador. Poderia ser o sucessor da bandeira ética que norteava o discurso de Simon, mas é natural que, após a derrota para Tarso Genro (PT), Fogaça perca força internamente.

É também o caso do ex-governador Germano Rigotto, outro reconhecido puxador de votos que perdeu. E, se os líderes mais próximos de Simon apresentam desgaste, não é diferente no grupo adversário. É isso que deixa o PMDB gaúcho à deriva.

O deputado federal Eliseu Padilha (PMDB), comandante da ala oponente, teve seu prestígio combalido ao fracassar na tentativa de reeleger-se à Câmara. Padilha jamais escondeu a vontade de virar presidente do partido. Ironicamente, perdeu a vaga para Alceu Moreira (PMDB), deputado estadual que integrava seu grupo tempos atrás. Há anos buscando uma independência política, Moreira agora brada aos quatro ventos:

– Quero ser presidente do PMDB.

Para isso, busca apoio para evitar disputas internas. E avisa:

– Para se reconstruir, o PMDB precisa colocar molho ideológico nos debates. Isso precisa renascer, e a saída do Simon nos permite fazer isso com força.



O QUE VAI SER DE

Pedro Simon

No dia da derrota de Fogaça e Rigotto, o maior líder da história do PMDB gaúcho anunciou seu afastamento da presidência da sigla. Completará, em 2014, seu quarto mandato como senador. Não deve voltar às urnas.

Eliseu Padilha

Líder da ala adversária de Simon, ele pretendia alçar-se em novembro à presidência do PMDB. Mas, depois de quatro mandatos como deputado federal, não conseguiu a reeleição. Perde prestígio na sigla.

Mendes Ribeiro Filho

Foi alvo de críticas internas enquanto coordenou a campanha frustrada de Fogaça ao Piratini. Se reelegeu deputado federal, mas perde força no partido no momento em que planejava concorrer ao Senado.

José Fogaça

Depois de cinco anos como prefeito de Porto Alegre, deixou o cargo para concorrer ao governo do Estado. Perdeu no primeiro turno. Voltará a ser professor.

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