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Eleições  | 04/10/2010 09h56min

"Me sinto injustiçada", diz Luciana Genro ao não conseguir reeleição

Apesar de obter mais de 129 mil votos, deputada foi vitimada pelo partido, que não chegou ao coeficiente eleitoral

Apesar de obter mais votos do que o último deputado federal eleito, a candidata Luciana Genro ficou fora da Câmara. Seu partido, o PSOL, não alcançou o coeficiente eleitoral para fazer uma cadeira pelo Estado em Brasília. Mesmo ciente das dificuldades de um partido de menor dimensão, a deputada entende que conseguir mais de 129 mil votos e não se eleger é uma injustiça. 

— Eu me sinto injustiçada. Sabia que seria difícil, principalmente quando rompemos com o PT em 2006. Nesse ano, consegui me eleger com muito esforço, muito devido à candidatura à Presidência de Heloísa Helena — avaliou a candidata, que buscava a reeleição.

> ÁUDIO: ouça a entrevista na Rádio Gaúcha

Luciana Genro também acredita que há uma despolitização da sociedade, uma "repulsa" ao pleito, o que dificulta que partidos com menor estrutura, como o PSOL, consigam ser visíveis aos eleitores desacreditados. 

— Ainda temos pouco tempo de televisão e recursos escassos — ponderou.

> Mapa do Poder: o desempenho dos candidatos

Outro fator colocado por Luciana para o enfraquecimento dos partidos menores foi a "onda petista muito forte" no Rio Grande do Sul. Ela também lembrou a chegada do pai, Tarso Genro (PT), ao Piratini.

— O PT foi uma avalanche — qualificou. — Como filha, fico feliz pelo meu pai, por essa votação histórica. Nunca um candidato a governador havia vencido no primeiro turno.

PSOL tem mau desempenho no Estado

A derrota de Luciana (encerrando sequência de dois mandatos para a Assembleia Legislativa e dois para a Câmara Federal) também veio na esteira do mau resultado eleitoral do PSOL no Estado.

O partido fracassou na tentativa de eleger um deputado estadual (uma das metas nesta eleição) e, também numa das surpresas da eleição, viu seu candidato a governador, Pedro Ruas, ser atropelado pela onda verde no Estado e alcançar menos da metade da votação de Montserrat Martins, do PV – partido da candidata à Presidência Marina Silva.

Ruas ficou em quinto na corrida ao Piratini, com 37,9 mil votos, 0,60% do total, enquanto o candidato do PV obteve 93,4 mil votos, com 1,49% da votação.

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