Filho de mãe brasileira e pai uruguaio,o eletricista Jair dos Santos Rodrigues, 54 anos, é morador de Rivera, no Uruguai, mas por ter dupla nacionalidade, vota também do lado brasileiro, em Santana do Livramento.

Hoje, ele acordou cedo, preparou um chimarrão e rumou para casa da irmã, em Livramento, para junto irem votar.

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No ano passado, acompanhou emocionado as eleições para escolha do presidente do Uruguai e orgulha-se de ter participado do pleito:

— Moro no Uruguai há muitos anos. Me sinto parte das transformações e sou atingido pelas decisões políticas, por isso nunca deixei de votar lá. Mas como moramos na fronteira, meus filhos trabalham em Santana do Livramento, me preocupo com quem vai comandar do outro lado também. É muito gratificante poder votar dos dois lados — diz.

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A juíza eleitoral de Santana do Livramento, Mirtes Blum, comenta que não há uma estimativa de quantos eleitores na fronteira sejam doble chapa (expressão utilizada na fronteira para denominar quem tem duas nacionalidades):

— Sabemos que são centenas , mas não temos esse levantamento porque perante o cartório eles são cidadãos como os outros, inclusive com as mesmas obrigações eleitorais. Precisam obedecer as regras dos dois países — ressalta.

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