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Eleições  | 21/09/2010 08h26min

Lula cobra providências de Paulo Bernardo para conter crise nos Correios

Governo quer que ministro apague o foco de tensão política que pode respingar na campanha de Dilma

A 13 dias da eleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva interrompeu na segunda-feira as férias do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e cobrou dele providências para estancar a crise na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Lula quer que Bernardo seja uma espécie de interventor para fazer uma operação pente-fino na estatal e apagar o foco de tensão política que pode respingar na campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência.

Foi o ministro que, ao lado da então chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, recomendou ao presidente a troca de comando nos Correios.

As mudanças no primeiro escalão ocorreram em 28 de julho, sob a alegação de que era preciso combater o fisiologismo e a ineficiência na empresa. De lá para cá, porém, a crise aumentou a ponto de derrubar Erenice e o diretor de Operações dos Correios, Eduardo Artur Rodrigues Silva, conhecido como "coronel Quaquá".

Disputas fratricidas entre o PMDB e o PT por cargos, negociatas e conflito de interesses na estatal preocupam o Palácio do Planalto. No diagnóstico de Lula, a briga de poder nos Correios é o pano de fundo de muitas das acusações que têm alvejado a Casa Civil. O presidente quer saber, porém, se há mais problemas à vista para evitar novos escândalos às vésperas da eleição de 3 de outubro.

Paulo Bernardo é cotado para assumir a Casa Civil em eventual governo Dilma. Por enquanto, porém, sua missão é a de fazer a radiografia política dos Correios para afastar os escândalos e blindar a candidata do PT. Na reformulação dos Correios, ele indicou o novo diretor de Recursos Humanos, Nelson Luiz Oliveira de Freitas.

As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

Entenda o caso:

11 DE SETEMBRO 

— Reportagem da revista Veja revela que Israel, filho de Erenice Guerra, teria intercedido em favor da empresa MTA Linhas Aéreas para a obtenção de um contrato com os Correios mediante taxa de êxito. Israel também teria facilitado a renovação de licença entre a MTA e a Agência Nacional de Aviação (Anac). Erenice teria usado sua influência em favor do filho. 

— Em nota oficial, a ministra diz que as acusações são infundadas.

16 DE SETEMBRO 

— A Folha de S. Paulo revela novo caso de lobby envolvendo o filho de Erenice: o consultor Rubnei Quícoli, da empresa EDRB do Brasil, de Campinas, acusa Israel de ter cobrar dinheiro para a liberação de empréstimo no BNDES. 

— Depois de se reunir com o presidente Lula, Erenice pede demissão.

18 DE SETEMBRO 

— Outra reportagem da revista Veja relata um episódio envolvendo o advogado Vinicius de Oliveira Castro, ex-assessor da Casa Civil e sócio do filho da ex-ministra Erenice, Israel. 

— Segundo a reportagem, em julho do ano passado, ele teria se surpreendido ao encontrar R$ 200 mil na gaveta de sua mesa de trabalho. Segundo a Veja, tratava-se propina para que mantivesse silêncio sobre a suposta compra superfaturada do medicamento Tamiflu — usado para combater a gripe suína —, que custou aos cofres públicos R$ 34,7 milhões. 

— Ainda de acordo com a revista, o marido de Erenice, o engenheiro elétrico José Roberto Camargo Campos, também valeu-se da influência da ex-ministra para que a Unicel, empresa da qual era diretor comercial, conseguisse uma concessão da Anatel para operar telefonia celular em São Paulo em 2005, numa negociata de R$ 100 milhões.

AGÊNCIA ESTADO
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