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Política  | 12/09/2010 20h

Entenda como teria ocorrido o suposto esquema

Filho da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, teria feito lobby

Atualizada às 20h52min

1) A Master Top Linhas Aéreas (MTA) — empresa de transporte de cargas com sede em Campinas (SP) — tinha licenças vencidas e precisava apressar a liberação de seus voos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

2) Para realizar o serviço, a MTA teria usado os serviços da Via Net — outra empresa de transporte aéreo de cargas, com sede em São Paulo. Segundo a Veja, quem representou a Via Net na tarefa de renovar a licença teria sido o consultor Fabio Baracat, a quem a revista trata como dono da Via Net (o empresário nega sequer ter trabalhado na Via Net, muito menos ter sido seu dono, revelando apenas que já defendeu interesses comerciais da MTA).

3) Conforme a Veja, Baracat teria subcontratado para a função de intermediador de negociações e contratos Israel Guerra, filho da ministra Erenice Guerra e dono da consultoria Capital, com sede em Brasília.

4) A reportagem informa que Israel teria conseguido a rápida renovação da licença da MTA junto à Anac mediante o pagamento de R$ 120 mil à empresa do filho da ministra. A negociação teria permitido, mais tarde, um contrato em condições privilegiadas da empresa de transporte aéreo com os Correios no valor de R$ 84 milhões. Pela intermediação, o filho da ministra teria recebido R$ 5 milhões.

5) Na negociação entre Correios e MTA, teria sido cobrada pela empresa de Israel uma taxa de 6% para o fechamento do contrato, o que a revista define como propina (uma reprodução do contrato entre a Via Net e a Capital publicado por Veja mostra a previsão de 6% para a empresa de Israel no caso de haver êxito na prestação de serviços de assessoria relacionados à obtenção de empréstimos e/ou financiamentos junto a instituições nacionais ou internacionais, públicas ou privadas").

6) A revista diz que foi a ministra Erenice quem viabilizou o sucesso da atuação do filho. Segundo a reportagem, o suposto dinheiro pago na intermediação teria sido citado pela ministra como necessário para cumprir "compromissos políticos" (em nota oficial, Erenice classificou a reportagem de "caluniosa").

7) Baracat disse ter conhecido Erenice, mas negou ter discutido negócios com ela. Segundo a Veja, eles teriam se encontrado quatro vezes para negociar os interesses da MTA (a ministra nega tais encontros).

PERSONAGENS

Erenice Guerra — ministra-chefe da Casa Civil que sucedeu Dilma Rousseff, de quem era o braço direito na pasta

Israel Guerra — dono da consultoria Capital e filho da ministra Erenice

Fábio Baracat — empresário que presta consultoria a empresas do ramo de transporte aéreo de cargas



EMPRESAS ENVOLVIDAS

Master Top Linhas Aéreas (MTA) — empresa de transporte de cargas com sede em Campinas (SP)

Via Net — empresa de transporte aéreo de cargas, com sede em São Paulo (SP)

Capital Consultoria — empresa de consultoria em nome de Saulo Guerra (outro filho da ministra Erenice) e de Sônia Castro (mãe de Vinícius Castro, assessor jurídico da Casa Civil). A Veja afirma que os donos são laranjas de Israel e Vinícius.

ZERO HORA
Antonio Cruz / Divulgação

Erenice é ministra da Casa Civil no governo Lula
Foto:  Antonio Cruz  /  Divulgação


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