Enfrentando uma plateia jovem, entre 16 e 21 anos, os candidatos ao governo do Estado viram-se rodeados de perguntas sobre o tema educação. Por meio de vídeos gravados, 16 jovens questionaram os postulantes ao Piratini no Diretoria Kzuka, evento promovido pelo Grupo RBS, realizado na PUC, em Porto Alegre. O candidato sorteado pela plateia responderia a respectiva pergunta. Havia também perguntas curingas, que permearam as indagações rotineiras. Aroldo Medina (PRP), Carlos Schneider (PMN), Humberto Carvalho (PCB), José Fogaça (PMDB), Julio Flores (PSTU), Montserrat Martins (PV), Pedro Ruas (PSOL), Tarso Genro (PT) estiveram presentes no encontro.

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Questionado sobre o aumento de vagas nas universidades públicas, o candidato José Fogaça ponderou que a preocupação maior está centrada no Ensino Médio, no qual há altos índices de evasão. 

— É preciso um programa de apoio ao estudante de Ensino Médio para este concluir o curso, com chances de alcançar o Ensino Superior — disse, para depois destacar o papel da universidade: — A Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) é a grande resposta para o aumento de vagas no Ensino Superior. Revitalizá-la é preciso. Onde não houver Uergs, temos que conseguir parcerias com universidades comunitárias.

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Para Julio Flores, é preciso, antes de tudo, qualificar o ensino público estadual.

— Só com os R$ 2 bilhões da dívida da União seria possível construir 500 escolas por ano. O processo passa também pela qualificação dos professores, garantido o piso nacional a esses trabalhadores — disse o candidato do PSTU.

Humberto Carvalho, do PCB, também enfatizou o salário dos professores estaduais, criticando a atual gestão:

— Nós vemos a necessidade de valorizar o magistério, ao contrário do governo de hoje, que se nega a pagar sequer um piso nacional aos professores.

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Questionado sobre a situação dos estagiários, Pedro Ruas se posicionou a favor da função, mas com a devida correspondência com a profissão que o estudante almeja.

— Estagiário não tem que servir café, fazer serviços pessoais ao chefe. Ele deve se capacitar para a profissão em que está estudando — afirmou o candidato do PSOL.

Segurança também pauta juventude

Depois da educação, a preocupação pela segurança da juventude protagonizou a sabatina, se mostrando uma das angústias dos participantes na plateia. Tarso Genro prometeu implantar o Pronasci no Estado para combater a violência.

— Precisamos de políticas preventivas voltadas aos jovens em regiões de desequilíbrio econômico elevado, instituir gabinetes integrados na segurança pública, além de instaurar um policiamento de proximidade — elencou o candidato do PT.

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Montserrat Martins também ponderou que os índices de criminalidade estão relacionados a situações de vulnerabilidade, e cabe ao Estado chegar até o problema.

— Violência é um problema social, antes de tudo. É preciso previni-la.

Além da preocupação com a criminalidade, os jovens questionaram os candidatos a respeito de políticas para combater as drogas. Pelo sorteio, coube a Aroldo Medina responder a indagação, lembrando a epidemia do crack.

— Essa droga se combate com a prática esportiva e demais projetos sociais. O Estado deve ajudar e dar essas opções à juventude. Trazer igrejas para participar com a comunidade é uma alternativa — projetou o candidato do PRP.

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Com menos intensidade, surgiram perguntas a respeito de problemas de infraestrutura urbana. Uma das questões, relacionadas ao trânsito da Capital, foi respondida pelo candidato Carlos Schneider:

— Estamos num trânsito caótico. É um calvário para quem vem a Porto Alegre desde a Região Metropolitana — argumentou, propondo uma medida de urgência, segundo ele: — Temos que usar a Avenida Guilherme Schell para quem mora em Canoas, a fim de desafogar o fluxo na entrada da Capital.

Descontração e crítica a Yeda marcam os momentos finais

Perguntas informais a todos os candidatos encerraram a sabatina. Comportada e interessada do princípio ao fim, a plateia se soltou no momento em que os candidatos revelaram seus times do coração.

Os postulantes ao Piratini também embarcaram no clima amistoso proporcionado pela plateia. Em seu minuto final, Julio Flores cantarolou trechos de "Apenas um Rapaz Latino-Americano", famosa canção de Belchior. Já Aroldo Medina se despediu com uma saudação típica dos judocas.

A candidata do PSDB, Yeda Crusius, participaria da sabatina, mas desmarcou sua presença às 22h de quinta-feira, alegando que deveria cumprir agenda de governo. E foi a ausência da governadora que provocou o momento polêmico da sabatina, quando Pedro Ruas, em seu pronuciamento final, criticou Yeda por não comparecer ao encontro.


Confira como foi a transmissão: