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Eleições  | 06/09/2010 19h04min

Justiça contesta versão do PT sobre filiação de falso procurador

Documento confirmaria que Atella possui registro de filiação ao partido

Uma certidão expedida nesta segunda-feira pelo cartório da 183ª Zona Eleitoral de Ribeirão Pires (SP) contesta a versão do PT de que o registro de filiação de Antonio Carlos Atella Ferreira não tenha sido oficializado por um erro de grafia do nome do contador. O documento, assinado pela chefe do cartório, Fabiana Mendes, confirma que Atella possui registro de filiação ao PT com data de 20 de outubro de 2003, na 217ª Zona Eleitoral de Mauá.

> Entenda como ocorreu a violação de sigilos fiscais de tucanos.

Atella é o falso procurador responsável pela quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do presidenciável José Serra (PSDB). No sábado, 4, o presidente estadual do PT, Edinho Silva, alegou que a filiação de Atella deixou de ser efetivada pela Justiça Eleitoral por um erro no sobrenome do contador, que constaria no pedido de registro como "Atelka". Na certidão, a chefe do cartório discrimina que no dia 10 de abril de 2006 o contador transferiu seu título de Mauá para a zona eleitoral de Ribeirão Pires. A Justiça Eleitoral informa que, desde então, o PT foi comunicado sobre a mudança, que não foi atualizada na lista de filiados da sigla.

O descompasso nos dados fez com que o nome do contador fosse colocado em um banco de erros e, posteriomente, em 21 de novembro de 2009, tivesse sua anotação de filiação excluída. A assessoria do TRE-SP informou que a exclusão da anotação não acarreta a desfiliação, que só pode ser realizada pelo partido. Na certidão expedida hoje, a chefe do cartório de Ribeirão Pires ressalta que não há nenhum pedido de desfiliação de Atella nos arquivos da unidade eleitoral. A Justiça Eleitoral informou ainda que tal solicitação também não consta na 217ª Zona Eleitoral de Mauá.

Sem militância

Nesta segunda, em entrevista, o presidente estadual do PT manteve a versão de que a filiação do contador nunca se consumou no partido. Edinho admitiu que o processo de filiação de Atella foi feito dentro do PT e disse que o partido tentou regularizar a situação dele, mas que o TRE-SP o excluiu por "inconsistência de informações".

— O PT admite que a filiação entrou, que a encaminhou, que tentou regularizar a situação dele como filiado, mas ela nunca foi consumada, pois ele nunca procurou o PT, nunca mostrou efetivamente vontade de ser militante — disse. — Não há registros de que tenha participado de atividade e nunca compareceu ao Processo de Eleições Diretas (PED) do PT, o resto é celeuma.

Edinho também manteve a informação de que o diretório municipal do PT em Mauá foi notificado pela Justiça Eleitoral para que o sobrenome "Atella", que teria sido grafado erroneamente, fosse corrigido.

— O PT recebeu a notificação com o nome errado e por diversas vezes pediu que ele fosse ao diretório de Mauá para corrigi-lo, o que nunca aconteceu — afirmou.

Eleições

O presidente do PT paulista afirmou ainda não aceitar o uso desse episódio pelos adversários como uma tentativa de atribuir ao partido e à candidatura de Dilma Rousseff (PT) a quebra de sigilo fiscal de qualquer cidadão.

— Defendemos que a Polícia Federal apure esse episódio para que venham à tona os interesses envolvidos em tudo isso — afirmou.

Edinho evitou novos ataques ao candidato de oposição José Serra (PSDB), pai de Verônica Serra, o qual afirmou que quebras de sigilo estão no DNA do PT. "O PT tem de fugir desse tipo de provocação", afirmou.

Agência Estado
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