A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, rechaçou em Porto Alegre a analogia entre o acesso a dados sigilosos da Receita Federal de Verônica Serra, filha do seu adversário, José Serra (PSDB), com o episódio envolvendo a filha do presidente Lula, durante a campanha eleitoral de 1989.

Serra acusou a petista de estar "repetindo" Collor por usar sua filha para atingi-lo na disputa eleitoral. Na época, Collor exibiu em seu programa eleitoral uma ex-namorada de Lula afirmando que ele teria lhe oferecido dinheiro em troca do aborto de Lurian, filha nascida do relacionamento entre os dois.

— Não vou fazer críticas à estratégia do meu adversário. A minha estratégia é mostrar que, no nosso governo, a vida mudou no Brasil — afirmou Dilma.

Para a candidata, ao arquivar o pedido de cassação de registro, feito pelo PSDB, a Justiça deixou claro que "não pode dar força para factoides".

— Mas não vou responder a esses factoides que meu adversário, no seu desespero, lança todo dia — disse Dilma.

A candidata disse não haver semelhança entre os casos de vazamento de dados sigilosos da Receita Federal e o sargento da Brigada Militar César Rodrigues de Carvalho, que trabalha na Casa Militar do Palácio Piratini, preso na manhã de hoje em Canoas, acusado de extorquir donos de máquinas caça-níquies e acessar dados sigilosos do sistema integrado das polícias gaúchas.

– É bem diferente. Não tem ninguém do gabinete do presidente envolvido com isso _ disse Dilma.