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 | 03/09/2010 00h13min

PT contra-ataca no caso do sigilo

Porto Alegre – A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, fez uma visita rápida ontem de manhã à Capital para a gravação de programa eleitoral. Pouco antes de embarcar para Foz do Iguaçu (PR), onde cumpriria agenda, ela anunciou que entrará com duas representações contra tucanos. A primeira, que será protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é contra o adversário José Serra (PSDB) por divulgação de fato inverídico. A outra ação, encaminhada à Procuradoria-Geral da República, é contra o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, por crime contra a honra. O motivo são as acusações de que a candidata seria responsável pela violação do sigilo fiscal da filha de Serra, Verônica, e de outras quatro pessoas ligadas ao PSDB.

– A campanha do meu adversário e o partido dele estão desesperados, porque, a cada dia que passa, perdem o apoio do povo brasileiro. A gente acha que eles querem ganhar no tapetão, mas não vão conseguir porque as acusações que fazem são falsas, levianas e não têm sustentação jurídica – defendeu Dilma.

A petista afirmou ainda que o vazamento de dados de Verônica ocorreu em setembro de 2009, muito antes de sua candidatura ser colocada:

– Querem responsabilizar minha campanha por fatos ocorridos em setembro de 2009. Ao que eu saiba, em setembro de 2009, não havia nem campanha e nem pré-campanha. Havia outro tipo de disputa que não tem a ver com esta campanha.

Responsabilidade – Enquanto aguarda o desenrolar da quinta ação proposta pelo PT contra ele, Serra segue responsabilizando a adversária pelo vazamento de dados fiscais de sua filha. Em entrevista concedida ontem após reunião com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em São Paulo, o tucano disse que a estratégia do governo federal e do PT têm sido a de blindar Dilma no episódio da quebra de sigilo e em toda a campanha eleitoral. Ele também demonstrou desconfiança sobre o rumo das investigações pela Receita Federal e acusou a ex-ministra da Casa Civil de ser uma candidata inventada e que esconde seu passado. Serra disse ainda que o PT está desmoralizando a Receita com a ação de “arapongas” do partido:

– Ela é a responsável, porque é a responsável pela campanha. O esquema de espionagem foi feito com gente nomeada, reuniões, pessoas contratadas e tudo mais.

– Utilizar filho dos outros para ganhar a eleição é uma coisa que eu só tinha visto o Collor fazer com o Lula – fustigou Serra, numa referência à campanha de 1989, quando o então candidato à Presidência Fernando Collor (PTB), hoje senador, levou Miriam Cordeiro, antiga namorada de Lula, ao programa eleitoral de TV. Na época, Miriam acusou Lula de pedir para que ela fizesse aborto.

Preocupação – A ampliação da cobertura jornalística do escândalo da violação do sigilo fiscal de Verônica Serra acendeu o sinal vermelho no comando da campanha de Dilma. O PT decidiu encomendar uma pesquisa qualitativa para aferir o impacto político do escândalo na campanha eleitoral. Um dos coordenadores da campanha de Dilma admitiu que depois que a cobertura do episódio ganhou espaço nos telejornais, principalmente no Jornal Nacional, da TV Globo, a repercussão será maior junto ao eleitorado. Na quarta-feira, o Jornal Nacional dedicou um bloco inteiro ao caso.

Pouco antes, o Jornal do SBT também noticiou o episódio, com a presença de Dilma Rousseff na bancada do telejornal, apresentado por Carlos Nascimento. Depois da veiculação da matéria, Dilma teve de dar explicações no ar, e ao vivo, sobre os desdobramentos do escândalo que atingiu a filha de seu principal adversário na corrida presidencial.

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