Adriana Irion e Vivian Eichler  |  adriana.irion@zerohora.com.br, vivian.eichler@zerohora.com.br

A 32 dias da eleição, a coligação da candidata Yeda Crusius (PSDB) lançou uma ofensiva para tentar assegurar vaga no segundo turno. E destacou o candidato a vice, Berfran Rosado (PPS), para a linha de frente da missão de enfraquecer o principal adversário, José Fogaça (PMDB). A campanha do peemedebista reagiu, colocando o também candidato a vice, Pompeo de Mattos (PDT), para rebater críticas que começaram pela área da saúde e ontem avançaram para questionamentos sobre a capacidade de gestão de Fogaça.

Escolhido para tornar a campanha mais incisiva, Berfran comparou investimentos dos governos Olívio Dutra (PT), Germano Rigotto (PMDB) e Yeda em saúde, educação e segurança. E pediu licença para tirar a gravata.

– Com gravata fico deputado, estava na Assembleia agora. Não dá para fazer campanha de gravata – brincou.

Em seguida, atacou:

– Nossos adversários esgotaram os argumentos deles no primeiro dia (de programa). O Tarso é o ministro do governo Lula, e o Rio Grande do Sul tem de estar de arrasto no Brasil. E o Fogaça é o fica o que tá bom, muda o que não tá na versão 2. O Fogaça é igual ao Rigotto. É gente boa, é simpático, mas não é um gestor nato.

Fogaça, ex-colega de partido de Berfran no PPS, virou alvo no momento em que a coligação avaliou que é preciso mudar o tom da campanha. O foco agora é comparar os dois governos anteriores com o da tucana. Berfran, engenheiro, rabiscava ontem numa folha o que, segundo ele, resume a explicação para que os gaúchos reelejam Yeda. A ideia é relembrar conflitos ideológicos na gestão do petista Olívio e dar destaque para a dificuldade do governo Rigotto – cuja imagem ele faz questão de colar à de Fogaça – de solucionar problemas de finanças.

Mas como explicar suas críticas ao ex-prefeito Fogaça, que ele ajudou a eleger em 2004?

– Não estou me contradizendo. Em 2004, o PT estava 16 anos em Porto Alegre, havia esgotado, mas a população não queria nenhuma mudança radical. O que a população queria naquele momento era justamente uma figura como o Fogaça, alguém que não iria alterar aquela situação – sustenta.

Integrantes da campanha de Fogaça avaliaram a estratégia tucana como um indicativo de desespero em função da rejeição de Yeda nas pesquisas. O contra-ataque do ex-prefeito começou a se desenhar no começo da tarde de ontem, quando Pompeo redigiu nota com respostas ao primeiro round de críticas de Berfran, que no dia anterior havia acusado Fogaça de não cumprir promessas na área da saúde.

Auxiliado pelo prefeito da Capital, José Fortunati (PDT), Pompeo justificou que o município investe mais em saúde do que o percentual obrigatório por lei, enquanto o governo do Estado deveria investir 12% da receita em saúde, mas não aplicaria nem metade disso. Para completar, apontou a falta de aparelhagem nos hospitais do Interior como raiz da superlotação dos hospitais da Capital.

Questionado por ZH sobre os motivos que o credenciaram a ter a missão de responder a Berfran, Pompeo justificou:

– Para responder no mesmo nível.

O cuidado de Pompeo e Fogaça é não revidar além da conta.

– Temos de cuidar para não jogar pedra para trás – afirmou.

No final da tarde de ontem, a assessoria de Fogaça informou que a partir de agora, se novos ataques forem feitos, eles não serão revidados.

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