Eleições | 27/08/2010 19h59min
O vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge, reagiu às explicações do secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, sobre o vazamento de dados fiscais dele e de outros três tucanos ligados ao comando do partido.
— As declarações de hoje são mais uma operação política da Receita, desta vez destinada a abafar o escândalo — afirmou.
O tucano disse estranhar que, há dois dias, os diretores da Receita se negavam a falar sobre o assunto alegando "sigilo" e agora convocaram uma entrevista coletiva.
— Vejo uma instituição que sempre se pautou pela neutralidade política e pelo cumprimento do seu papel de entidade de Estado passar a servir a uma facção política.
Cartaxo e o corregedor-geral da Receita, Antônio Carlos Costa D'àvila, negaram qualquer conotação política no vazamento e o atribuíram a um esquema de compra e venda de dados fiscais na delegacia de Mauá, na Grande São Paulo.
— Tenho uma cópia do processo de investigação da Receita. Ali não há indício, nem sequer suposição, de venda de dados —reagiu Eduardo Jorge.
— Fica claro, no processo, que a quebra do meu sigilo foi uma operação política.
Eduardo Jorge repetiu o discurso do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, de responsabilizar a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, pelo vazamento.
— Tem duas pessoas no comando das duas operações — do vazamento e da tentativa de abafar o escândalo -, a candidata Dilma e o presidente Lula — disse.
O tucano disse não temer ser investigado e negou qualquer irregularidade em sua relação com a Receita Federal.
— Não tenho preocupação porque minha vida é transparente. Não tem irregularidade nenhuma. Eles vão quebrar a cara.
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