Eleições | 27/08/2010 08h09min
Se por um lado o Cpers privou a governadora da chance de falar diretamente com os professores, por outro abriu as portas para Yeda Crusius (PSDB) enfileirar críticas contra a direção do sindicato.
Ao promover um debate marcado para as 9h30min de hoje, a entidade convidou todos os candidatos ao Piratini, menos Yeda. Na nota divulgada para justificar a exclusão, o Cpers afirma que a governadora é “inimiga da educação pública e dos educadores da rede estadual”.
No evento, o Cpers pretende reunir em torno de mil professores no Hotel Plaza São Rafael, no centro de Porto Alegre. Até a noite de ontem, apenas Carlos Schneider (PMN) e Humberto Carvalho (PCB) não haviam confirmado presença. Tarso Genro (PT), José Fogaça (PMDB) e Pedro Ruas (PSOL) estarão no encontro.
A presidente do sindicato, Rejane de Oliveira, explicou o veto atribuindo à governadora postura antidemocrática:
— Durante quase quatro anos de governo, Yeda nunca quis sentar e discutir a educação pública com o Cpers. Portanto, não será agora, a convite do sindicato, que ocuparemos uma mesma mesa — afirmou Rejane.
Na cúpula da campanha de Yeda, a notícia foi recebida com agitação pelos coordenadores. A coligação Confirma Rio Grande, encabeçada por ela, expediu nota: “Submisso, mais uma vez, ao viés político-partidário, o Cpers/Sindicato apresenta incapacidade para o diálogo essencial para a construção de soluções em favor dos professores e da Educação que os jovens gaúchos merecem receber do Estado.”
— No fim das contas, o Cpers nos deu uma baita oportunidade de questionar o espírito democrático dessa direção atual — afirma um interlocutor da governadora.
Talvez tenha sido o principal bônus. Membros do alto escalão do governo dizem que, mesmo se recebesse o convite, Yeda dificilmente compareceria ao encontro. Seria contraditório participar, já que Yeda tem evitado eventos de campanha durante o horário de expediente – segundo ela, trata-se de um compromisso como governadora perante a população. Entre os coordenadores de campanha, a explicação muda de tom.
— Não tenho como dizer se ela iria ou não, afinal, não chegou a ser convidada. Mas garanto que a coordenação de campanha faria um grande esforço para convencê-la da importância deste debate — diz o coordenador executivo da candidatura, Luciano Silva.
Candidato pelo PT, Tarso Genro evitou opinar sobre o veto à governadora:
— Eu estaria interferindo na vida política e corporativa do Cpers.
José Fogaça (PMDB), por outro lado, lamentou a ausência.
— Se eu participasse desse conselho que tomou esta decisão, meu voto seria favorável à participação da candidata Yeda — disse o ex-prefeito.
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